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Charlie Hebdo republica charges de Mohammed; começa julgamento sobre ataques de 2015

Vigília em solidariedade à revista Charlie Hebdo, após atentado terrorista, em 2015 [foto de arquivo]
Vigília em solidariedade à revista Charlie Hebdo, após atentado terrorista, em 2015 [foto de arquivo]

A revista satírica francesa Charlie Hebdo decidiu reimprimir charges do Profeta Mohammed para marcar o início do julgamento de catorze réus envolvidos no atentado de janeiro de 2015, contra sua sede, em Paris.

As informações são do jornal britânico The Times.

A capa da nova edição, segundo os relatos, exibe uma caricatura do profeta desenhada por Jean Cabut (conhecido como Cabu), vítima do ataque. As charges foram impressas pela primeira vez por um jornal dinamarquês, em 2006.

Tratam-se de cartuns similares aos publicados pela Charlie Hebdo em 2015, citados pelos atiradores como motivo para o atentado contra a revista. No dia seguinte, os criminosos realizaram também um ataque contra um supermercado na capital francesa.

Os atentados, executados pelos irmãos Saïd e Chérif Kouachi e pelo cúmplice Amedy Coulibaly, resultaram em dezessete mortos, incluindo nove funcionários da Charlie Hebdo.

Dentre os mortos, estavam jornalistas e cartunistas da revista, além de um zelador, dois policiais e quatro pessoas assassinadas no supermercado parisiense Hyper Cacher.

Os três atiradores foram mortos durante tiroteio com a polícia.

Os catorze indivíduos sob julgamento – treze homens e uma mulher – supostamente envolveram-se com os atentados, ao conceder armas e auxílio logístico aos criminosos. Enfrentam acusações de terrorismo, no julgamento iniciado nesta quarta-feira (2).

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A decisão de republicar as charges foi vista por muitos observadores como provocação ou desafio. Nos últimos cinco anos, a revista deixou de publicar desenhos do Profeta Mohammed, considerados blasfêmia por muçulmanos.

“Frequentemente, desde janeiro de 2015, há pedidos para imprimirmos outras caricaturas de Mohammed”, declarou Laurent Sourisseau, chefe da revista, em editorial. “Sempre recusamos, não porque é proibido – a lei nos permite –, mas porque não havia uma boa razão para tanto, um significado, algo a trazer para o debate.”

Há quem critique esta “provocação” da Charlie Hebdo por presumivelmente relacionar o profeta islâmico ao crime de terrorismo.

Líderes religiosos – incluindo Mohammed Moussaoui, líder do Conselho de Culto Islâmico da França – realizaram apelos para uma reação pacífica à publicação; contudo, sem ignorar as charges.

A revista Charlie Hebdo é conhecida internacionalmente por suas caricaturas e sátiras de líderes políticos e religiosos. Outros ataques contra a publicação ocorreram anteriormente.

Segundo a rede Al Jazeera, a equipe editorial da revista permanece sob escolta policial, devido a preocupações de segurança, desde um ataque a bomba contra seus escritórios em Paris, em 2011.

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