O regime sírio de Bashar al-Assad utilizou quase 82 mil bombas de barris em nove anos de ataques contra assentamentos civis sob controle da oposição, em diversas partes da Síria, reportou na sexta-feira (16) a Rede Síria para Direitos Humanos.
As informações são da agência Anadolu.
Segundo um recente relatório sobre ataques contra civis, o regime lançou 81.916 bombas de barril entre julho de 2012 e abril de 2021, resultando em 11.087 mortos, incluindo 1.821 crianças e 1.780 mulheres, neste período.
Forças do governo sírio utilizaram 2.314 bombas de barril em 2012; 14.976 em 2013; 19.654 em 2014; 17.318 em 2015; 12.958 em 2016; 6.243 em 2017; 3.601 em 2018; 378 em 2019; e 474 no último ano.
Até então, não há registros do uso de tais armamentos no território sírio em 2021.
Desde 2012, o regime utilizou bombas de barril carregadas com gás tóxico em 93 ataques.
As províncias mais atingidas são Damasco, Aleppo, Daara e Idlib. O maior número de baixas foi registrado em Aleppo.
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As bombas também atingiram ao menos 728 instalações civis, incluindo 104 clínicas e hospitais, 205 mesquitas, 188 escolas e 57 mercados populares.
O regime utiliza bombas de barril como ferramenta para forçar o deslocamento de civis e esvaziar as áreas da oposição, à medida que as agressões de Assad e seus aliados resultaram em milhões de refugiados, destacou o relatório.
Ataques com bombas de barril são priorizados pelo menor custo, em torno de US$50 para cada artefato, em comparação com seu grande poder destrutivo. Os principais alvos são áreas civis, com intuito deliberado de causar alta mortalidade e vasta destruição.
O uso de armas químicas pelo regime de Assad também foi confirmado por investigações da ONU, além de análises da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ).
Forças do governo sírio utilizaram gás cloro contra alvos civis, em violação flagrante da Convenção de Armas Químicas, da qual o país é signatário, além da Resolução 2118 do Conselho de Segurança da ONU e da lei internacional.
A Síria é assolada pela guerra civil desde o início de 2011, quando o regime de Assad reprimiu violentamente protestos pró-democracia. Centenas de milhares foram mortos e mais de dez milhões de pessoas foram deslocadas pelo conflito, segundo estimativas da ONU.
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