A ocupação de Jerusalém por Israel, para todos os efeitos, estrangulou sua população árabe. As políticas restritivas aplicadas em construção, planejamento, apropriação de terras, investimento em infraestrutura e serviços são todos voltados para forçar a fuga de palestinos e realizar a judaização da cidade. Consequentemente, todos os aspectos da vida palestina foram prejudicados pela negligência, discriminação e privação.
Com a construção do Muro do Apartheid e o isolamento de Jerusalém e Cisjordânia, a economia local praticamente entrou em colapso. Encorajado pelo silêncio de seus vizinhos árabes e pela cumplicidade de seus apoiadores europeus, Israel intensificou nos últimos anos seus esforços para despojar Jerusalém de seu caráter islâmico. Tem mantido uma campanha deliberada, bem organizada e sistemática para mudar o caráter religioso e demográfico da cidade.
Em outro nível, a ocupação busca estabelecer uma cidade que rivalizasse com Al Quds. Desde que a ocupação começou, os israelenses tomaram quase um terço da área da Cidade Velha, que era de propriedade da população árabe palestina. Hoje, 180.000 colonos judeus residem no leste de Jerusalém. No final de 2009, a população árabe era estimada em 270.000.
A suspensão das negociações sobre o status da cidade ocupada deu à ocupação mais tempo para expandir seu assentamento e criar imposições à vida prática. Embora o futuro de Jerusalém seja uma das questões mais importantes a serem discutidas em qualquer negociação de status final, as autoridades israelenses têm avançado com medidas para mudar completamente a identidade da cidade, antes do início das negociações. A cidade tem um enorme significado simbólico religioso, político e nacional para os muçulmanos, árabes e israelenses.
A anexação unilateral de Jerusalém Oriental por Israel contraria o direito internacional e não é reconhecida pela comunidade internacional. Por isso, sucessivas resoluções do Conselho de Segurança da ONU e da Assembleia Geral afirmaram que todas as medidas legislativas e administrativas tomadas por Israel, para alterar o caráter e o status de Jerusalém, são nulas e sem valor e devem ser revogadas. Apesar das alegações de Israel, Jerusalém Oriental ainda é considerada parte do território palestino ocupado.