Os principais pontos do malfadado plano do presidente Donald Trump para o Oriente Médio, o chamado “acordo do século”, foram divulgados ontem por um veículo de mídia, em hebraico, em Israel. O jornal Israel Hayom publicou os principais pontos do acordo a partir de um documento vazado do Ministério das Relações Exteriores de Israel.
Os EUA disseram que vão revelar seu acordo após o fim do Ramadã, mês muçulmano de jejum, no começo de junho.
Os principais pontos do acordo reunidos pelo genro de Trump, Jared Kushner – que tem amplos interesses em Israel e seus assentamentos – e propostos pela administração dos EUA ,são os seguintes:
Um acordo tripartite será assinado entre Israel, a OLP e o Hamas, e um estado palestino será definido, que será chamado de “Nova Palestina” e estabelecido na Cisjordânia ocupada e em Gaza, com exceção dos assentamentos. Israel liberaria os prisioneiros palestinos gradualmente ao longo de três anos sob o acordo.
Os blocos de assentamentos na Cisjordânia ocupada, que são ilegais sob o direito internacional, formariam parte de Israel.
Jerusalém não será dividida, mas compartilhada por Israel e pela Nova Palestina, com Israel mantendo o controle geral.
Os palestinos que vivem em Jerusalém seriam cidadãos do Estado palestino, mas Israel permaneceria no comando da cidade e, portanto, da terra. O recém-formado Estado palestino pagaria impostos à municipalidade israelense para ser responsável pela educação na cidade para os palestinos.
O status quo nos locais sagrados permanecerá e os judeus israelenses não poderão comprar casas palestinas e vice-versa.
O Egito oferecerá ao novo estado palestino terra para construir um aeroporto, fábricas e para a agricultura. Os palestinos não serão autorizados a morar nesta terra.
Uma rodovia seria construída para ligar a Faixa de Gaza à Cisjordânia, 30 metros acima de Israel. O financiamento para o projeto virá principalmente da China, que pagará 50% do custo, com a Coréia do Sul, Austrália, Canadá, EUA e UE pagando cada um dez por cento cada.
Patrocinadores do acordo
Os Estados Unidos, a União Europeia e os estados do Golfo financiariam e patrocinariam o acordo por cinco anos para estabelecer o estado da “Nova Palestina”, o vazamento alega.
Isso custaria US$ 6 bilhões por ano; a maioria dos quais – 70% – seria paga pelos países do Golfo, com os EUA contribuindo com 20% e a UE com 10%.
A “Nova Palestina” não teria permissão para formar um exército, mas poderia manter uma força policial. Em compensação, um acordo de defesa será assinado entre Israel e a “Nova Palestina”, na qual Israel defenderá o novo estado de quaisquer ataques estrangeiros.
Após a assinatura do acordo, o Hamas entregará todas as suas armas ao Egito. Os líderes do movimento seriam indenizados e receberiam salários dos estados árabes enquanto um governo fosse estabelecido.
Espera-se que as eleições sejam realizadas dentro de um ano após o estabelecimento do estado da “Nova Palestina”.
Todas as fronteiras entre a Faixa de Gaza e o Egito e Israel permaneceriam abertas a pessoas e bens e os palestinos poderiam usar o espaço aéreo e os portos de Israel.
A “Nova Palestina” terá duas passagens para a Jordânia, estas estarão sob o controle das autoridades da “Nova Palestina”.
O Vale do Jordão permanecerá nas mãos de Israel e uma estrada de quatro faixas será construída através dele.
Se o Hamas ou quaisquer órgãos palestinos recusarem esse acordo, os EUA cancelarão todo o seu apoio financeiro aos palestinos e pressionarão outros países a fazer o mesmo.
Se, por outro lado, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, assinar o acordo, mas o Hamas e a Jihad Islâmica não concordarem com isso, uma guerra será travada na Faixa de Gaza com total apoio dos EUA.
No entanto, se Israel recusar o acordo, os EUA cessarão seu apoio financeiro. Os EUA atualmente pagam US$ 3,8 bilhões por ano para apoiar Israel.