Portuguese / English

Middle East Near You

Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

ONU investiga papel militar dos Emirados Árabes Unidos no conflito da Líbia

Príncipe herdeiro dos Emirados Árabes Unidos Mohamed Bin Zayed Al Nahyan e Marechal de Campo da Líbia Khalifa Haftar [wam.ae]

Relatório secreto das Nações Unidas, apurado pela Agence France-Presse, revelou na segunda-feira (6) que especialistas da ONU estão investigando a possibilidade do envolvimento militar de Abu Dhabi no conflito na Líbia, pois os mísseis lançados em abril, de aeronaves não-tripuladas de fabricação chinesa, são similares a artilharia pertencente ao exército dos Emirados Árabes Unidos (EAU).

Segundo o relatório, mísseis de aeronaves guiadas remotamente atirados contra os subúrbios do sul de Tripoli, em 19 e 20 de abril, são mísseis ar-terra conhecidos como Blue Arrow, com base nos fragmentos estudados pelos peritos da ONU.

Somente três países, China, Cazaquistão e Emirados Árabes Unidos, possuem esse tipo de mísseis. Isso porque só podem ser lançados por aeronaves não-tripuladas Wing Loong, produzidas pela China.

“O grupo de especialistas está investigando o possível uso de variações do veículo aéreo não-tripulado Wing Loong pelo Exército Nacional Líbio, liderado pelo Marechal Khalifa Haftar, ou por terceiros em apoio à facção armada,” destacou o relatório.

Ainda conforme o relatório, é quase certo que a Líbia não tenha obtido esses mísseis diretamente da corporação industrial que os produz ou da China.

Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Egito são os principais apoiadores de Haftar, que lidera um ataque militar para tomar Tripoli, desde 4 de abril.

Os EAU afirmam que a “prioridade” da Líbia é “enfrentar o terrorismo,” observando que “milícias extremistas” ainda controlam a capital Tripoli.

Pedidos reiterados de cessar-fogo na Líbia

António Guterres, Secretário-Geral da ONU, e Moussa Faki, Presidente da Comissão da União Africana, reiteraram pedidos por um cessar-fogo na Líbia, à medida que as forças de Haftar continuaram suas ofensivas pelo controle de Tripoli, sob administração do Governo de União Nacional.

“A prioridade hoje é acabar com a guerra,” declarou Faki em uma coletiva de imprensa com Guterrez, em Nova Iorque, destacando que “não haverá qualquer solução militar neste conflito.” Faki acrescentou: “As organizações líbias devem aceitar o fim das hostilidades e debater soluções a fim de resolver a crise de forma política e pacífica.”

Neste tópico, Guterres afirmou que “a mensagem direcionada a todos os líbios” é de necessidade de “cessar-fogo”, “fim das hostilidades” e retorno ao caminho de um solução política. Acrescentou também que um chamado por cessar-fogo inclui o “fim do ataque” das forças de Haftar sobre Tripoli.

Pedidos das Nações Unidas e da União Africana por um cessar-fogo às duas partes conflitantes na Líbia, ou ao menos pelo compromisso com uma trégua humanitária, já haviam sido feitos anteriormente. No entanto, estes pedidos não foram atendidos.

É preciso notar que, desde o início do ataque de Haftar a Tripoli, ao menos 432 pessoas foram mortas, 2.209 foram feridas e mais de 55.000 foram deslocadas, segundo as Nações Unidas.

Categorias
ÁfricaEmirados Árabes UnidosLíbiaNotíciaONUOrganizações InternacionaisOriente Médio
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments