França confirma embarque de armas para a Arábia Saudita

A França confirmou ontem que um carregamento de armas segue para a Arábia Saudita, apesar de grupos de direitos alertarem que elas podem ser usadas na guerra do Iêmen.

A ministra da Defesa, Florence Parly, disse que as armas seriam embarcadas em um navio cargueiro saudita no porto de Le Havre.

O ministro se recusou a identificar os tipos de armas, mas ressaltou a posição da França de que elas têm sido usados apenas para propósitos defensivos pela Arábia Saudita, desde que começou sua ofensiva no Iêmen em 2015.

“Tanto quanto o governo francês está ciente, não temos provas de que as vítimas no Iêmen são o resultado do uso de armas francesas”, disse Parly.

Pedidos internacionais têm sido feitos para que acordos de armas com a Arábia Saudita fossem interrompidos, como resultado de suas ações no Iêmen, que a ONU descreveu como “a pior crise humanitária do mundo”, com 3,3 milhões de deslocados pelos combates e 24,1 milhões precisando de ajuda.

Investigadores da ONU também alertaram que a coalizão militar liderada pela Arábia Saudita no Iêmen matou milhares de civis em ataques aéreos, torturou detidos, estuprou civis e usou crianças-soldados com apenas oito anos, acumulando crimes de guerra.

O Iêmen empobrecido tem permanecido em estado de guerra civil desde 2014, quando os rebeldes Houthi invadiram grande parte do país, incluindo a capital Sanaa.

Em 2015, a Arábia Saudita e seus aliados árabes lançaram uma enorme campanha aérea destinada a reverter os ganhos militares houthis e fortalecer o governo do Iêmen.

Segundo funcionários da ONU, mais de 50 mil pessoas foram mortas na guerra.

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