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No Dia da Nakba, Anistia Internacional condena recusa israelense ao direito de retorno

15 de maio de 2019, às 10h16

Palestinos marcham durante manifestação marcando o aniversário da Nakba, em Ramallah, Cisjordânia, 15 de maio de 2017 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

A recusa de Israel em garantir o direito de retorno dos refugiados palestinos alimentou sete décadas de sofrimento, afirma o grupo de direitos humanos Anistia Internacional, em declaração publicada hoje.

Marcando o Dia da Nakba, quando palestinos relembram a limpeza étnica conduzida por forças israelenses em 1948, a organização exigiu que as autoridades israelenses respeitem o direito de retorno dos palestinos.

“O fracasso de Israel em respeitar o direito de retorno aos palestinos que foram forçados a fugir de suas casas em 1948 é uma violação flagrante do direito internacional, que alimentou décadas de sofrimento em escala de massa para refugiados palestinos por toda a região,” afirmou a Anistia.

“Mais de 70 anos após o conflito imediato à criação de Israel, os refugiados palestinos, expulsos de suas casas e, como resultado, despojados de suas terras, continuam a sofrer as consequências devastadoras,” declarou Philip Luther, Diretor de Pesquisa e Defesa de Direitos da Anistia Internacional para o Oriente Médio e Norte da África.

“Neste fim de semana, quase 200 milhões de pessoas irão assistir ao festival musical Eurovision em Israel; porém, por trás do brilho e do glamour, poucos estarão refletindo sobre o papel israelense nas sete décadas de miséria perpetradas contra os refugiados palestinos,” acrescentou.

“Não pode haver qualquer solução duradoura à crise dos refugiados palestinos até que Israel respeite seu direito de retorno.”

“Enquanto isso, autoridades libanesas e jordanianas devem fazer tudo em seu poder para minimizar o sofrimento dos refugiados palestinos ao revogar leis discriminatórias e remover obstáculos ao acesso dos refugiados a serviços essenciais e empregos.”

A Anistia observou que “há atualmente mais de 5.2 milhões de refugiados palestinos registrados,” a vasta maioria dos quais “vive na Jordânia, Líbano, Síria e nos Territórios Palestinos Ocupados (TPO).”

“Israel recusa-se a reconhecer seu direito de retorno ou de suas famílias às suas antigas residências, em Israel ou nos TPO, direito legítimo sob a lei internacional. Além disso, jamais receberam qualquer indenização pela perda de suas terras ou propriedades,” declarou a Anistia. “Muitos foram forçados a viver suas vidas inteiras em campos superpovoados, em condições críticas, sem acesso a serviços básicos.”

“A situação dos refugiados palestinos é insustentável e fica mais próxima de um ponto crítico, a cada ano que passa. Quanto tempo mais os refugiados palestinos estarão condenados a viver sob o sofrimento, privação e discriminação simplesmente por sua origem?” concluiu Philip Luther.