Ontem (15), o Serviço Penitenciário de Israel (SPI) rejeitou o pedido de libertar o prisioneiro Sheikh Sayyah Al-Turi para que retornasse à aldeia beduína de Al-Araqeeb.
O sistema prisional condicionou a soltura à sua transferência forçada e deportação de Al-Araqeeb. Al-Turi recusou os termos do acordo, preferindo ficar na cadeia, e sua libertação foi adiada por outros 60 dias.
Al-Turi é mantido na Prisão de Ramla. A administração carcerária afirmou que sua decisão de soltá-lo depende de sua anuência para alterar sua residência da aldeia de Al-Araqeeb para a cidade de Rahat, no quarteirão n° 25, a pedido da polícia israelense.
As condições também estipularam que Al-Turi deve ser proibido de alterar seu endereço residencial sem aprovação da unidade de polícia israelense responsável, e que deve comparecer à delegacia 48 horas após sua soltura e a cada duas semanas, indefinidamente.
“Sei bem que todos esperam pela libertação do Sheikh Sayah Al-Turi ainda amanhã. E sei que todos estão prontos para bem recebê-lo. Infelizmente, a administração da prisão insistiu em estabelecer condições restritivas que não podemos e não iremos aceitar,” declarou Shahda Ben Bari, advogado responsável pela defesa dos residentes da aldeia não-reconhecida de Al-Araqeeb, no Negev (Naqab).
“Sei bem a dimensão sobre a qual se firmam as posições e os princípios do Sheikh. Tenho bastante certeza de que ele não aceitará a liberdade caso humilhado. Ele está pronto para assumir as consequências de sua obstinação a qualquer custo,” continuou a declaração.
Na manhã de terça-feira (14), tratores israelenses demoliram Al-Araqeeb e deslocaram seus residentes pela 114ª vez.
Alguns residentes relataram que a polícia invadiu a aldeia pela manhã com forças de apoio e tratores e veículos escoltados que demoliram barracas e casas de madeira ou lata, deslocando idosos e crianças e deixando-os desabrigados.
Os residentes afirmaram que continuarão a viver na aldeia e a reconstruí-la a despeito das tentativas da ocupação israelense de expulsá-los.
Al-Turi, 70 anos de idade, foi condenado a dez meses de prisão e multado em US$ 10.300, em dezembro, após ser considerado culpado em 18 acusações datadas de novembro de 2013, incluindo invasão de propriedade do estado, em referência à terra pertencente à sua aldeia.
Al-Araqeeb é uma das 51 aldeias árabes no Negev não-reconhecida pelas autoridades da ocupação israelense, além de alvo de demolições para dar espaço à construção de casas para novas comunidades judaicas.
Israel tem imposto multas aos residentes de Al-Araqeeb equivalentes a milhões de dólares, segunto o jornal Quds Press, além de cobrá-los pelo uso dos tratores israelenses utilizados para demolir suas próprias casas.
Tribunais israelenses decidiram que os proprietários de residências não-autorizadas devem demolí-las; quando não, tratores israelenses executam o serviço e os proprietários palestinos são obrigados a pagar por eles.
Em 1969, Israel passou a exigir que proprietários de terra árabes registrem suas propriedades com as autoridades; desde então, no entanto, não aceitou qualquer petição dos residentes árabes do Negev (Naqab).