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Emissora israelense espera “punição” da Eurovisão pela exibição da bandeira palestina

A emissora israelense responsável pelo Festival da Canção Eurovision disse no domingo que uma exibição não autorizada de bandeiras palestinas pela banda islandesa Hatari poderia atrair “punição” dos organizadores do evento.

Durante a contagem de pontos da final de sábado, membros do eclético grupo punk Hatari seguraram bandeiras palestinas do tamanho de cachecóis. O vocalista Klemens Nikulásson Hannigan exibiu um sinal de v-de-vitória. Boa parte do público de Tel Aviv reagiu com vaias.

Em comentários anteriores à página de fãs da Eurovisão wiwibloggs, Hannigan havia criticado os assentamentos de Israel e o que ele descreveu como seu “apartheid” no território palestino ocupado.

A exibição da bandeira, brevemente capturada na transmissão ao vivo de televisão a 41 países, marcou o único ‘distúrbio’ de um programa que havia sido alvo da campanha de boicote contra Israel, e provocou uma rápida repreensão da União Europeia de Radiodifusão (EBU).

“Os islandeses aparentemente serão punidos pela União Europeia de Radiodifusão, que não é tolerante com aqueles que violam suas regras”, disse Eldad Koblenz, CEO da contraparte israelense da EBU, Kan, à Ynet TV.

Um porta-voz da EBU evitou comentários incisivos, dizendo que o assunto estava em discussão.

As regras da EBU permitem desqualificar competidores que não cumprem os requisitos para um “evento não político”. Perguntado sobre quais outras penalidades poderiam ser adotadas, o porta-voz disse: “No passado houve sanções financeiras por violações de regras.” Ele não mencionou casos ou valores.

A música da banda Hatari, “Hate Will Prevail” (“Ódio prevalecerá”), em cuja apresentação os artistas vestidos de couro e de látex se debatiam em torno de um globo em forma de granada e chamas saiam do palco, chegou ao décimo lugar entre os 26 finalistas.

A exibição na bandeira não impressionou a Campanha Palestina pelo Boicote Acadêmico e Cultural de Israel (BDS cultural), que pedia aos países que recusassem (o sinal) da Eurovisão de Tel Aviv. Nenhum aceitou.

“A sociedade civil palestina esmagadoramente rejeita os gestos de solidariedade fig-leaf (gesto de encobrimento ou mea culpa) de artistas internacionais que cruzam nossa linha de piquete pacífica #Hatari,” afirmaram os ativistas no Twitter.

Koblenz foi mais receptivo sobre a exibição política de Madonna, convidada para a final cuja muito aguardada performance de duas músicas incluiu dois dançarinos caminhando abraçados com bandeiras israelenses e palestinas nas costas.

“Estamos muito felizes por ela ter vindo, certamente em uma realidade em que muito poucos artistas estão preparados para ir a Israel”, disse ele, embora admitindo que “talvez ela tenha tido mais sucesso em outros shows”.

Madonna, que já se apresentou em Israel e é devota do misticismo judaico, disse no Twitter no domingo que estava grata “pela oportunidade de espalhar a mensagem de paz e união com o mundo”.

A emissora Kan não tinha sido avisada previamente sobre as exibições de bandeira de Hatari ou Madonna, disse Koblenz: “Esse é o preço de uma transmissão ao vivo.”

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