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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Chefe do Repórteres sem Fronteiras afirma que Israel atirou contra jornalistas intencionalmente

Forças israelenses atacam jornalistas e manifestantes palestinos na Faixa de Gaza, em 4 de setembro de 2018 [Dawoud Abo Alkas/Apaimages]

O diretor-geral da organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) afirmou ontem que o exército israelense mirou deliberadamente contra jornalistas na Faixa de Gaza ocupada.

Christopher Deloire respondia a perguntas do jornal The Jerusalem Post após receber o Prêmio Dan David em Tel Aviv em nome do observatório de liberdade de imprensa internacional.

“É um crime de guerra almejar jornalistas porque são jornalistas,” disse Deloire ao jornal. “Quando Israel atirou contra estes jornalistas [durante os protestos da Grande Marcha do Retorno], foi intencional.”

“Os jornalistas poderiam ser facilmente identificados como jornalistas, com câmeras e jaquetas característicos; não poderia ser por mero acaso,” acrescentou.

Palestinian Journalists Arrested by Israel – Cartoon [Sarwar Ahmed/Monitor do Oriente Médio]

Ao referir-se a Comissão de Inquérito das Nações Unidas sobre os protestos de Gaza, Deloire destacou que o relatório “confirmou o que já considerávamos fato.”

Na última semana, o RSF entrou com pedido oficial ao Tribunal Penal Internacional (TPI) para investigar possíveis crimes de guerra do exército israelense contra jornalistas palestinos em cobertura dos protestos de Gaza, que ocorrem desde 30 de março de 2018, segundo informações do Jerusalem Post.

Na ocasião, Deloire declarou que “as autoridades israelenses não poderiam estar alheias à presença de jornalistas entre os manifestantes civis; portanto, fracassou no dever elementar de precaução e diferenciação ao almejar estas pessoas protegidas com munição real.”

“Tais violações deliberadas e reiteradas das leis humanitárias internacionais constituem crimes de guerra,” continuou em sua declaração.

O chefe do RSF também alertou os israelenses sobre a deterioração da liberdade de imprensa no país. “Tenho certeza de que não é comum que países exponham rostos de jornalistas em outdoors afirmando que não irão decidir,” registrou Deloire ao jornal, uma referências aos cartazes eleitorais do Likud.

Deloire também criticou a proibição de jornalistas israelenses entrarem na Faixa de Gaza e reiterou: “Há liberdade em Israel… mas a independência editorial não é garantida.”

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