Instituições financeiras internacionais participarão da conferência liderada pelos Estados Unidos sobre a economia palestina, neste mês, organizada pela administração do presidente americano Donald Trump como prelúdio ao seu plano de paz no Oriente Médio, afirmou o Fundo Monetário Internacional (FMI), na quarta-feira, à agência Reuters.
A eficácia da reunião no Bahrein, marcada para 25 e 26 de junho, é questionada desde que líderes e empresários palestinos decidiram não comparecer, devido ao evidente viés pró-Israel de Washington e da indiferença americana quanto às demandas políticas do povo palestino.
As novas eleições de Israel, além de uma escalada de tensões na fronteira e do ressentimento palestino diante do reconhecimento americano de Jerusalém como capital israelenses, deixam a conjuntura ainda mais complexa.
No entanto, o FMI, operante em Gaza e na Cisjordânia desde 1995, confirmou a intenção de participar ao lado de outras entidades financeiras que estarão presentes em Manama, capital do Bahrein.
“O FMI foi convidado ao encontro e espera comparecer, junto de outras instituições financeiras internacionais,” declarou um representante, sem identificar as outras organizações.
Por algum tempo, o FMI e outros bancos de crédito e desenvolvimento têm realizado um papel estabilizador no conflito Israel-Palestina, ao oferecer empréstimos, garantias de crédito e conselho político à Autoridade Palestina (AP), que possui apoio ocidental.
O Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (BERD) também confirmou sua participação; afirmou que terá “alguém” para representá-lo. Ao ser questionado sobre o assunto, o Banco Mundial não respondeu de imediato.
Nesta semana, Jared Kushner, conselheiro sênior da Casa Branca, concluiu uma turnê no Oriente Médio e na Europa com o intuito, ao menos parcial, de mobilizar apoio ao conferência do “Plano para a Prosperidade”, cujo último propósito é revelar a parte econômica do plano de paz de Trump, há muito anunciado.
Contudo, oficiais árabes e palestinos suspeitam que o evento será um prelúdio ao impulso americano de alijamento da chamada solução de dois estados – uma fórmula predominante na comunidade internacional para o estabelecimento de um estado palestino independente, ao lado de Israel, nos territórios de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental.
“O chamado ‘acordo do século’, se Deus quiser, jamais acontecerá… Esperamos que os governantes barenitas e sauditas percebam que estão pisando em um atoleiro.”