As proezas de Mohamed Salah no campo de futebol fizeram dele um dos astros modernos do “belo jogo”. Seu impacto positivo fora do campo, no entanto, é uma área onde a estrela do Liverpool está acima de seus pares.
Um estudo conduzido pelo Laboratório de Políticas de Imigração da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, descobriu que a popularidade de Salah ajudou a reduzir os crimes de ódio na cidade, desde que o atacante egípcio se juntou ao Liverpool no verão de 2017.
A pesquisa da Universidade de Stanford, que analisou aproximadamente 15 milhões de tweets de fãs de futebol no Reino Unido e 8.600 torcedores do Liverpool antes e depois da chegada de Salah, encontrou uma queda surpreendente de 53% tweets anti-muçulmanos nos torcedores do Liverpool e 18,9% no total dos crimes de ódio contra muçulmanos em Merseyside.
Esses números contrastam com a tendência nacional em que o crime de ódio contra os muçulmanos tem aumentado, ocasionalmente a um ritmo alarmante. Na semana seguinte ao ataque da supremacia branca contra os fiéis em duas mesquitas da Nova Zelândia em março, por exemplo, um aumento de 593% no crime de ódio antimuçulmano foi relatado.
A pesquisa analisou se a exposição a celebridades bem-sucedidas de grupos estigmatizados pode reduzir o preconceito em relação ao grupo maior, neste caso os muçulmanos. Os autores concluem que “no geral, interpretamos esses resultados para apoiar a hipótese de que a chegada de Salah ao Liverpool FC causou uma diminuição nos atos extremos de intolerância”.
“O levantamento sugere que esses resultados podem ser impulsionados pelo aumento da familiaridade com o Islã”, diz o estudo. “Nossas descobertas indicam que a exposição positiva a modelos de comportamento de grupo externo pode revelar novas informações que humanizam o grupo de exclusão em larga escala.”
Salah conquistou os corações de todos os fãs do Liverpool desde o início. Sua afeição pelo garoto de 26 anos foi capturada em um vídeo que se tornou viral. Os fãs podem ser vistos cantando “se ele marcar outros, então eu também serei muçulmano”. Outro canto o descreve como um “presente de Alá”.