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Autoridade Palestina enfrenta a crise financeira mais grave de sua história

21 de junho de 2019, às 09h35

Palestinos esperam em fila para sacar dinheiro do banco, na Cidade de Gaza, 10 de maio de 2017 [Mustafa Hassona/Agência Anadolu]

A atual crise financeira enfrentada pela Autoridade Palestina (AP) é a mais grave de sua história, de acordo com um relatório publicado pela rede de notícias Xinhua que cita diversos oficiais e especialistas.

A crise é grave o suficiente ao ponto de ameaçar a própria existência da Autoridade Palestina, à luz dos recursos tributários retidos por Israel e à queda de recursos provenientes de países doadores.

Outros fatores agravantes incluem “a retração sem precedentes da economia palestina” assim como “a suspensão dos projetos financiados pelos Estados Unidos,” relatou a agência Xinhua.

De acordo com o website: “Empresários palestinos dentro e fora dos territórios palestinos anunciaram uma iniciativa para garantir ao governo palestino um empréstimo sob juros abaixo do mercado no valor de US$ 150 milhões a ser repassado nos próximos três meses.”

O empresário palestino Munib al-Masri contou à XInhua que a iniciativa, que envolve setenta empresários palestinos, “procura enfatizar o apoio do setor privado à posição da liderança palestina, a fim de cumprir suas obrigações financeiras.”

O empréstimo será implementado até o fim de agosto, sob a taxa de somente três por cento.

Ibrahim Melhem, porta-voz da Autoridade Palestina, afirmou que “a iniciativa permitirá que o governo cumpra suas obrigações financeiras, em particular no que se refere ao pagamento dos salários do funcionalismo público.”

Segundo Haitham Daraghmeh, analista econômico residente na Cisjordânia, a renda local – estimada em 30 por cento do orçamento palestino – “também declinou como resultado da falta de pagamento de salários aos funcionários do governo,” que consequentemente levou “a um baixo poder de compra nos mercados palestinos.”

Em declarações recentes à agência de notícias WAFA, Azzam Shawwa, chefe de economia da Autoridade Palestina, “pediu à comunidade internacional e aos países árabes que honrem seus compromissos para que a Autoridade Palestina consiga superar a crise financeira,” enfatizando que a recessão torna-se pior a cada dia que passa.

Enquanto isso, Hussein Al-Shaikh, membro do Comitê Central do Fattah, declarou que o cerco financeiro se intensificou no contexto da rejeição da Autoridade Palestina às políticas da administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.