Milhares de marroquinos se reuniram ontem (23) em Rabat para protestar contra o chamado “acordo do século” e a conferência “Paz para Prosperidade” sediada pelo Bahrein.
O seminário ocorrerá na capital Manama nos dias 25 e 26 de junho, com o intuito de debater o aspecto econômico do “acordo do século”, plano de paz preparado pela administração de Donald Trump. A proposta é bastante impopular pois prevê que os palestinos farão concessões injustas em favor de Israel, incluindo a alteração do status de Jerusalém Oriental ocupada e o direito de retorno.
O protesto foi coordenado por oito organizações marroquinas da sociedade civil. Sob o slogan “Pela Palestina, contra o acordo da vergonha, contra o seminário traiçoeiro no Bahrein,” os manifestantes marcharam de Bab El Had em direção ao parlamento.
ONGs, sindicatos e entidades políticas denunciaram a tentativa da administração dos Estados Unidos de implementar o chamado “acordo do século”. Os participantes gritavam palavras de ordem: “O povo rejeitará o acordo” e “O povo deseja libertar a Palestina.”
Os manifestantes criticaram a cumplicidade dos governos dos países árabes ao acordo e então queimaram a bandeira de Israel. O protesto reivindicou que o governo do Marrocos se oponha à proposta e ergueu imagens da Mesquita de Al-Aqsa para expressar sua solidariedade ao povo palestino.
Uma parte dos manifestantes também denunciou as circunstâncias da morte do ex-presidente do Egito, Mohamed Morsi.
Mustapha El-Khalifi, porta-voz do governo marroquino, não negou nem confirmou a participação do Marrocos no seminário que está por vir.