Poucas horas antes do início do seminário ‘Paz para Prosperidade”, no Bahrein, Jared Kushner, conselheiro sênior da Casa Branca e genro do presidente americano Donald Trump, sugeriu que a Iniciativa de Paz Árabe não será assumida como base para qualquer solução futura para a crise palestina. A iniciativa é endossada pela Liga Árabe desde a Conferência de Beirute, Líbano, realizada em 2002.
A iniciativa árabe inclui o estabelecimento de um Estado Palestino internacionalmente reconhecido de acordo com as fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como sua capital, além de propor uma solução justa à questão dos refugiados palestino e a retirada do Exército de Israel das Colinas de Golã e dos territórios ocupados no sul do Líbano. Em retorno, a proposta inclui o reconhecimento de Israel por parte dos países árabes e a normalização das relações com Israel.
Ainda antes de partir para o Bahrein, durante uma entrevista à rede Al Jazeera, Kushner declarou: “Todas as partes com que conversei mencionaram a Iniciativa de Paz Árabe, que já foi um grande esforço para resolver esta crise. No entanto, caso uma solução pudesse ser alcançada, já teria sido feito há muito tempo atrás. Devemos todos, portanto, reconhecer que, caso cheguemos a um acordo, não será baseado na Iniciativa de Paz Árabe, mas sim um meio termo entre esta proposta e a posição israelense.”
Kushner também sugeriu que o seminário na capital barenita Manama, considerado pelos Estados Unidos como um esforço para promover as chances do chamado “acordo do século”, foi bem sucedido.
Quanto a isso, Kushner reiterou que a conferência no Bahrein é bem sucedida desde o início, pois receberá diversos representantes dos estados árabes e de outros países da comunidade internacional, apesar de outras partes interessadas terem rejeitado o convite.
Em relação às críticas direcionadas à decisão de Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel, Kushner assegurou que “os Estados Unidos e o Congresso mantiveram o direito de passar essa legislação por anos e anos.”
O seminário no Bahrein, liderado por Kushner, concentra-se nos aspectos econômicos do chamado “acordo do século” de Donald Trump.