A Suíça proibiu a fabricante de aviões Pilatus de operar na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes Unidos (EAU), dizendo que a empresa infringiu as regras suíças ao dar apoio logístico a forças armadas estrangeiras agora envolvidas em uma guerra no Iêmen, informa a Reuters.
O ministério suíço das Relações Exteriores disse, na quarta-feira (26), que reuniu “evidências suficientes” de que Pilatus não declarou atividades de apoio a forças estrangeiras, conforme exigido pela lei suíça, e as encaminhou ao procurador-geral da nação para mais investigações.
O governo suíço vem investigando a Pilatus há meses. Em 2017, a empresa assinou um contrato com a Arábia Saudita para apoiar uma frota de aviões PC-21 operados pela Royal Saudi Air Force, de acordo com o relatório anual da firma de Stans.
A coligação de muçulmanos sunitas apoiada pelo ocidente e liderada pela Arábia Saudita e pelos EAU interveio no Iémen em 2015, ajudando a mergulhar o país do Oriente Médio numa crise humanitária.
“Os serviços de apoio fornecidos pela Pilatus Aircraft às forças armadas da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos… são incompatíveis com os objetivos da política externa do governo”, disse o Departamento Federal de Relações Exteriores (FDFA) em um comunicado. “O FDFA, portanto, pediu que esses serviços sejam descontinuados.”
A empresa privada Pilatus tem agora 90 dias para sair da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos, segundo a FDFA, e não precisará deixar de vender às forças armadas no Catar e na Jordânia.
“A Pilatus Aircraft Ltd irá analisar a decisão do Departamento Federal de Relações Exteriores e fornecer uma resposta no devido tempo”, disse a empresa.