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Suíça proibe a fabricante de aviões Pilatus de operar na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes

27 de junho de 2019, às 15h40

Visão de área de Sanaa, no Iêmen, após ser atingida por ataque aéreo da coalizão liderada pela Arábia Saudita. Em 13 de dezembro de 2017. [Mohammed Hamoud – Anadolu Agency )

A Suíça proibiu a fabricante de aviões Pilatus de operar na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes Unidos (EAU), dizendo que a empresa infringiu as regras suíças ao dar apoio logístico a forças armadas estrangeiras agora envolvidas em uma guerra no Iêmen, informa a Reuters.

O ministério suíço das Relações Exteriores disse, na quarta-feira (26), que reuniu “evidências suficientes” de que Pilatus não declarou atividades de apoio a forças estrangeiras, conforme exigido pela lei suíça, e as encaminhou ao procurador-geral da nação para mais investigações.

O governo suíço vem investigando a Pilatus há meses. Em 2017, a empresa assinou um contrato com a Arábia Saudita para apoiar uma frota de aviões PC-21 operados pela Royal Saudi Air Force, de acordo com o relatório anual da firma de Stans.

A coligação de muçulmanos sunitas apoiada pelo ocidente e liderada pela Arábia Saudita e pelos EAU interveio no Iémen em 2015, ajudando a mergulhar o país do Oriente Médio numa crise humanitária.

“Os serviços de apoio fornecidos pela Pilatus Aircraft às forças armadas da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos… são incompatíveis com os objetivos da política externa do governo”, disse o Departamento Federal de Relações Exteriores (FDFA) em um comunicado. “O FDFA, portanto, pediu que esses serviços sejam descontinuados.”

A empresa privada Pilatus tem agora 90 dias para sair da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos, segundo a FDFA, e não precisará deixar de vender às forças armadas no Catar e na Jordânia.

“A Pilatus Aircraft Ltd irá analisar a decisão do Departamento Federal de Relações Exteriores e fornecer uma resposta no devido tempo”, disse a empresa.