Segundo informações da rede de notícias Arabi21.com divulgadas neste domingo, dois oficiais israelenses emitiram uma proposta de “solução” para a Faixa de Gaza, a qual inclui outra ofensiva militar em massa contra a área litorânea, além da transferência da população palestina à Península do Sinai, território do Egito. Outra sugestão contida no relatório publicado pelo Instituto de Jerusalém para Assuntos Públicos e de Estado é o fim do governo liderado pelo presidente palestino Mahmoud Abbas.
A proposta deve piorar ainda mais a crise humanitária em Gaza, ao incitar o confronto militar. Seus autores são Shimon Shapira, ex-secretário militar ao primeiro-ministro de Israel, e Shlomi Fogel, autor de diversas iniciativas relacionadas ao mundo árabe. O estágio consecutivo à ofensiva seria baseado no desenvolvimento econômico e comercial do território do Sinai, com apoio do Egito.
De acordo com Shapira e Fogel, Gaza ainda representa um problema crítico para Israel e para a comunidade internacional. Diante de tal alegação, assumem como base uma pesquisa divulgada em 2018 pelo Banco Internacional, que indica o grave declínio da economia de Gaza.
Salvar Gaza não será fácil, alega o relatório, porque o Hamas, que controla o território, é visto por Estados Unidos, União Europeia e Israel como “grupo terrorista”, enquanto seu primo ideológico, a Irmandade Muçulmana, também é considerado um movimento “terrorista” por alguns países árabes. Além disso, a Faixa de Gaza e seus residentes enfrentaram três ofensivas militares israelenses em escala de massa contra a população civil desde que o Hamas venceu as últimas eleições palestinas, em 2006, e assumiu controle absoluto do território litorâneo no último ano.
O relatório descreve o fracasso do acordo com Gaza como uma “bomba-relógio”, não somente para Israel, mas também para os outros países na região, incluindo o Egito. O documento sugere um pacote de auxílio internacional para o Egito, proveniente sobretudo dos Estados Unidos e estados do Golfo, a fim de desenvolver a infraestrutura do Sinai. Segundo a proposta, isso ajudará os trabalhadores egípcios ao gerar emprego e melhorar suas condições de vida, além de dissuadí-los de uma eventual filiação ao Daesh (Estado Islâmico) ou insurreição contra o exército egípcio. Trabalhadores de Gaza também se beneficiarão.
Além de desenvolver o porto de El-Arish, Shapira e Fogel sugerem a construção de um aeroporto para bens comerciais e transporte de passageiros, assim como uma nova usina de energia abastecida pelo gás natural do Egito, uma usina de dessalinização e uma ferrovia entre Gaza e a cidade portuária, localizada no norte do Sinai.