O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) afirmou neste domingo que os serviços fundamentais no Iêmen estão à beira do colapso absoluto, à medida que o país entra em seu quinto ano de guerra. A entidade reiterou que somente 51 por cento das instalações médicas iemenitas ainda são plenamente funcionais, embora sofram com a severa escassez de remédio, equipamentos e profissionais.
“Conforme o conflito no Iêmen entra em seu quinto ano consecutivo, os salários de mais 1.25 milhão de funcionários do governo, incluindo médicos, assistentes sociais e outros setores do serviço público, estão suspensos por mais de dois anos e meio” afirmou a agência da ONU em seu relatório. A UNICEF também esclareceu que a suspensão dos salários levou ao encerramento de contratos ou à redução das horas de trabalho para serviços sociais essenciais, como saúde, educação, abastecimento de água, entre outros.
Segundo o relatório, a taxa de mortalidade materna subiu gravemente durante a guerra, de cinco mortes por dia em 2013 para doze mortes por dia em 2018.
O documento ainda argumenta que tais estatísticas abstratas possuem consequências concretas: “Quando morre a mãe, aumenta-se severamente o risco da criança morrer […] Crianças que perderam suas mães costumam ter pouca chance de sobrevivência”.
Segundo o relatório, uma em cada trinta crianças morre durante o primeiro mês de vida. O bebê cuja mãe morreu durante o parto possui risco ainda maior seja diretamente, devido à desnutrição, ou indiretamente, devido à maior exposição a infecções e doenças.
Em nome das mães e crianças iemenitas, a UNICEF realizou um chamado para que todas as partes em conflito e a comunidade internacional acabem com a guerra, a fim de preservar o funcionamento do sistema de saúde pública, os recursos internacionais e desenvolver comportamentos saudáveis para a população do país.