A polícia israelense forçou nesta manhã uma família palestina a sair de sua casa no bairro de Silwan, na Jerusalém Oriental ocupada, conforme informou a agência WAFA.
O Centro de Informações Wadi Hilweh, sediado em Silwan, publicou um vídeo mostrando as forças de ocupação e os colonos invadindo a casa e agredindo os membros da família para tomar sua casa. O centro informou que a família Siyam se recusou a cumprir a ordem de despejo e pelo menos um membro da família foi detido. Jawad Siyam é o diretor do Centro de Informações Wadi Hilweh e foi detido em Silwan, juntamente com outros três palestinos no bairro.
A família Siyam lutava há 25 anos contra um grupo de colonos israelenses de direita para permanecer na casa de sua família. A Associação Elad é notória por seus esforços para encorajar a colonização judaica em Silwan, localizada nos arredores da Cidade Velha e da mesquita Al-Aqsa. Elad também confiscou o dinheiro arrecadado para ajudar a família Siyam a lutar contra a ordem de despejo, informou o Haaretz na segunda-feira.
Partes do edifício da família Siyam foram apreendidas pelo Estado sob a Lei de Propriedade de Israel – que declara propriedades pertencentes a palestinos que foram deslocados, muitas vezes por guerra ou pobreza, como “ausentes” e, portanto, propriedade do Estado. Essas partes da casa da família foram então vendidas para Elad.
O despejo ocorreu 20 dias depois que um tribunal israelense decidiu em favor de Elad e rejeitou o apelo da família Siyam de permanecer em sua casa.
Israel ocupou ilegalmente Jerusalém Oriental, onde fica a casa da família Siyam, desde a guerra de 1967. Em 1980, o Estado judaico anexou toda a cidade, reivindicando-a como sua capital “eterna e indivisível”, um movimento nunca reconhecido pela comunidade internacional.
Em dezembro de 2017, o presidente dos EUA, Donald Trump, declarou unilateralmente Jerusalém capital indivisível de Israel e, em maio de 2018, transferiu a embaixada dos EUA para a Cidade Santa. Desde então, em contravenção ao direito internacional, Tel Aviv aumentou suas políticas de judaização na cidade ocupada.