Segundo informações da rede de notícias Arab 21, divulgadas ontem (19), a família de Khayrat Al-Shater, vice-líder do Conselho Supremo da Irmandade Muçulmana, está submetida a perseguições contínuas desde julho de 2013, quando se recusou a aceitar o golpe militar contra o falecido presidente egípcio Mohammad Morsi.
Na semana passada, Al-Shater enviou uma mensagem pela primeira vez desde sua prisão, mencionando diversos temas.
Ele declarou que o Vice-Secretário de Estado dos Estados Unidos, os Ministros de Relações Internacionais do Catar e dos Emirados Árabes Unidos e um representante da União Europeia reuniram-se com ele na prisão ainda em julho de 2013 e o pediram para reconhecer o governante de fato do Egito – o Exército que executou o golpe.
Al-Shater afirmou que os representantes internacionais prometeram liberdade a ele e aos membros de seu grupo, caso aceitassem o golpe militar. No entanto, Al-Shater recusou a oferta.
Organizações de direitos humanos recentemente revelaram que membros da família de Al-Shater, incluindo filhos e filhas e respectivos cônjuges, foram detidos, torturados e impedidos de receber qualquer visita familiar.
Desde então, estão aprisionados em condições desumanas e suas empresas, recursos e propriedades foram confiscados. As entidades humanitárias também argumentam que muitas das acusações contra eles são falsas.
Segundo as organizações de direitos humanos, desde o golpe militar contra Morsi – que morreu na prisão em junho deste ano –, mais de 60.000 membros e apoiadores da Irmandade Muçulmana foram detidos. Outros relatos estimam índices ainda maiores que alcançam 80.000 detidos.
Muitos dos presos políticos morreram nas prisões devido à tortura severa, às condições carcerárias desumanas e à falta de tratamento médico adequado.