O Presidente dos Estados Unidos Donald Trump reuniu-se nesta quinta-feira (18) com chefes executivos das maiores companhias aéreas americanas a fim de debater suas acusações de que os subsídios concedidos pelo Catar e pelos Emirados Árabes Unidos reduzem a oferta de emprego nos Estados Unidos. As informações são da agência Reuters.
O encontro entre Trump e os diretores executivos da American Airlines, United Airlines, JetBlue Airways Corp, FedEx Corp e Atlas Air incluiu também o Vice-Presidente Mike Pence, segundo a Casa Branca.
Também compareceu o diretor executivo da companhia estatal Qatar Airways, Akbar al-Baker, que esteve presente na Casa Branca na semana passada com o objetivo de divulgar a decisão de comprar cinco aviões de carga Boeing 777. A decisão foi tomada em junho deste ano.
A Casa Branca não forneceu detalhes imediatos sobre a reunião.
Desde 2015, as maiores transportadoras dos Estados Unidos – Delta, American e United Airlines – alegam que seus rivais no Golfo são injustamente subsidiados por seus respectivos governos, distorcendo a concorrência a custo da oferta de empregos nos Estados Unidos. As empresas do Golfo negam as acusações.
O grupo representante das empresas Delta, American e United Airlines e de sindicatos aeroviários, conhecido como Partnership for Open & Fair Skies (“Parceria por Céus Livres e Abertos”), afirmou que teve uma “reunião produtiva” com o presidente Donald Trump.
“O presidente compartilha conosco nossas preocupações e nos instruiu a manter a cooperação com o Departamento de Transportes dos Estados Unidos, o que planejamos fazer,” relatou em declaração o sócio administrador do grupo, Scott Reed.
Os diretores executivos da JetBlue, FedEx e Atlas Air alertaram que restringir os direitos da Qatar Airways nos Estados Unidos pode levar a retaliações contra aviões de carga americanos. Em carta divulgada no último mês de abril, os representantes das companhias aéreas supracitadas reiteraram que a ação poderia levar “ao rápido desenvolvimento de conflitos sobre os direitos aeroviários, conquistados arduamente, em escala global à medida que outros governos podem agir de maneira semelhante a fim de proteger suas companhias aéreas estatais da eventual concorrência.”
Na última semana, os diretores executivos da Delta, United e American Airlines publicaram conjuntamente uma coluna de destaque no jornal USA Today, na qual exigiram ações da Casa Branca no sentido de “decisivamente responsabilizar o Catar e os Emirados Árabes Unidos.” O artigo sugeriu que deixar de lidar com o problema seria um “sinal aos outros países de que estão livres para explorar os trabalhadores americanos.”
Em abril, o Secretário de Estado Mike Pompeo afirmou que a administração estava analisando a aquisição de 49% das ações da Air Italy pela Qatar Airways, que voa a destinos americanos desde 2018. Segundo legisladores americanos, o acordo desconsidera o propósito de adicionar novos voos ao mercado doméstico.
Congressistas republicanos e democratas já demonstraram preocupações quanto ao acordo da empresa pública do Catar com a transportadora italiana, à medida que potencialmente infringe um acordo prévio entre a Qatar Airways e os Estados Unidos, estabelecido em 2018.
A Qatar Airways adquiriu 49% da companhia aérea italiana Meridiana em 2017. Renomeada como Air Italy e adaptada a serviços de transporte, a empresa do Catar então anunciou cinco escalas americanas a partir de Milão.
Em 2018, o governo do Catar alegou não estar ciente de quaisquer planos para voos saídos do território catariano com destino aos Estados Unidos via conexão na Europa, protegidos pelos direitos aeroviários conhecidos como “Quinta Liberdade do Ar”, a fim de transportar passageiros.