Israel liberta escritora palestina Lama Khater da prisão

Nesta sexta-feira (26), autoridades israelenses libertaram a escritora e jornalista palestina Lama Khater após treze meses de prisão.

Hazem Al-Fakhouri, marido de Khater, afirmou que ela foi libertada pelas autoridades no posto de controle de Jalameh, ao norte da Cisjordânia, e informou à Agência Anadolu que “Lama está com boa saúde e a caminho de casa.”

Khater, 42 anos de idade e mãe de cinco filhos, foi presa em 24 de julho de 2018 na cidade de Hebron (Al-Khalil), onde mora, após o início de investigações empreendidas pelas forças de ocupação israelenses sobre “seus escritos e sua filiação a uma organização proibida”. As autoridades israelenses a acusaram de incitar violência através de seus artigos publicados em jornais e websites árabes e palestinos.

Depois de ser presa, Khater foi transferida para a prisão de Ashkelon e, segundo a organização não-governamental Clube de Prisioneiros Palestinos, foi submetida a “uma série de interrogatórios severos que duravam mais de vinte horas por dia, confinada a uma cadeira durante todo o tempo.” Seu julgamento foi sistematicamente postergado durante meses e Khater foi transferida diversas vezes para outras instalações penitenciárias, sem que as autoridades divulgassem qualquer acusação oficial.

Nos dias anteriores à sua prisão, ela escreveu uma série de tuítes nos quais criticava as restrições impostas pelas autoridades israelenses para que os muçulmanos entrassem e realizassem suas preces no complexo da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém. Ainda antes, em seus anos de trabalho como jornalista e analista política, Khater foi ameaçada reiteradamente pelos serviços de inteligência de Israel e da Autoridade Palestina (AP).

O caso de Khater é um dos muitos casos de perseguição sistemática aos jornalistas palestinos, cada vez maior no decorrer dos últimos anos, quando o estado sionista passou a conduzir uma repressão severa contra organizações de imprensa e indivíduos críticos a Israel. Em abril deste ano, dados revelaram que Israel cometeu 150 violações contra jornalistas somente nos três primeiros meses de 2019.

As invasões noturnas e a ocupação das casas dos jornalistas palestinos, as restrições a comentários de jornalistas estrangeiros sobre as atrocidades cometidas, o fechamento de redes de notícias e emissoras de televisão palestinas e o uso generalizado do método de detenção administrativa estão entre as táticas aplicadas por Israel para silenciar qualquer forma de divergência contra sua ocupação e as consequentes violações de direitos humanos.

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