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Ataques aéreos matam mais de dez pessoas no Iêmen

Um menino iemenita anda de bicicleta sobre os escombros das casas destruídas pelos ataques aéreos executados recentemente pela coalizão saudita, em Sana’a, capital do Iêmen, 23 de maio de 2019 [Mohammed Hamoud/Getty Images]

Nesta segunda-feira (29), ataques aéreos mataram mais de dez civis, incluindo crianças em um mercado na província de Saada, no norte do Iêmen, relataram uma fonte médica e a mídia local administrada pelos rebeldes Houthis. As informações são da agência Reuters.

O administrador do hospital local Al Jomhouri afirmou que os ataques aéreos no distrito de Qatabir, executados pela coalizão saudita, resultaram em treze pessoas mortas e 23 feridos. A coalizão saudita está em guerra com o grupo Houthi, alinhado ao Irã, em território do Iêmen. A emissora iemenita Al Masirah TV não especificou o número, mas também relatou que mais de dez civis foram mortos pelo ataque.

“Há duas crianças entre os mártires locais e onze crianças entre os feridos,” contou Saleh Qorban, gestor da área de saúde, à agência Reuters. O fotógrafo enviado pela agência registrou imagens de mais de nove corpos, alguns dos quais em pedaços, enfileirados sobre um lençol de náilon perto do necrotério.

O porta-voz da coalizão recusou-se a comentar sobre o incidente e não houve confirmação do fato pela aliança ou pelas autoridades sauditas.

A Arábia Saudita lidera a aliança islâmica sunita apoiada pelo Ocidente que decidiu intervir militarmente no Iêmen em 2015, a fim de restaurar o governo reconhecido internacionalmente, deposto pelos Houthis na capital Sana’a, no final do ano anterior.

O movimento intensificou seus ataques contra cidades sauditas via mísseis e drones. A coalizão respondeu com ataques aéreos contra alvos Houthis, a maioria em torno de Sana’a.

Em agosto de 2018, ataques aéreos executados pela coalizão mataram dezenas de pessoas, incluindo crianças que viajavam em um ônibus pelo mercado de Saada. A aliança, a princípio, alegou ter mirado em lançadores de mísseis; mais tarde, no entanto, admitiu que o ataque foi injustificado.

Os mortos pelo conflito no Iêmen – cartum [Sarwar Ahmed/Monitor do Oriente]

Organizações de direitos humanos têm criticado os países ocidentais que fornecem armas e inteligência à coalizão, pois servem então como auxiliares aos ataques aéreos cujo resultado é a morte de civis em hospitais, escolas e mercados. A coalizão afirma não agredir alvos civis deliberadamente.

A guerra já dura quatro anos e matou dezenas de milhares de pessoas, além de levar a nação da Península Arábica, há muito deteriorada economicamente, para condições de minsegurança alimentar, devido ao impasse militar.

Os Houthis alegam que sua revolução é contra a corrupção e controlam a capital Sana’a e a maior parte dos principais centros urbanos. O governo de Abd-Rabbu Mansour Hadi detém o porto de Aden, no sul do país.

A violência pode dificultar ainda mais os esforços para implementar o acordo de retirada militar da cidade portuária de Hudaydah, proposto pela ONU, cujo intuito é pavimentar os caminhos para os diálogos de paz e o consequente fim do conflito. O confronto é amplamente reconhecido na região como uma guerra por procuração entre Arábia Saudita e Irã.

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