Nesta segunda-feira (29), ataques aéreos mataram mais de dez civis, incluindo crianças em um mercado na província de Saada, no norte do Iêmen, relataram uma fonte médica e a mídia local administrada pelos rebeldes Houthis. As informações são da agência Reuters.
O administrador do hospital local Al Jomhouri afirmou que os ataques aéreos no distrito de Qatabir, executados pela coalizão saudita, resultaram em treze pessoas mortas e 23 feridos. A coalizão saudita está em guerra com o grupo Houthi, alinhado ao Irã, em território do Iêmen. A emissora iemenita Al Masirah TV não especificou o número, mas também relatou que mais de dez civis foram mortos pelo ataque.
“Há duas crianças entre os mártires locais e onze crianças entre os feridos,” contou Saleh Qorban, gestor da área de saúde, à agência Reuters. O fotógrafo enviado pela agência registrou imagens de mais de nove corpos, alguns dos quais em pedaços, enfileirados sobre um lençol de náilon perto do necrotério.
O porta-voz da coalizão recusou-se a comentar sobre o incidente e não houve confirmação do fato pela aliança ou pelas autoridades sauditas.
A Arábia Saudita lidera a aliança islâmica sunita apoiada pelo Ocidente que decidiu intervir militarmente no Iêmen em 2015, a fim de restaurar o governo reconhecido internacionalmente, deposto pelos Houthis na capital Sana’a, no final do ano anterior.
O movimento intensificou seus ataques contra cidades sauditas via mísseis e drones. A coalizão respondeu com ataques aéreos contra alvos Houthis, a maioria em torno de Sana’a.
Em agosto de 2018, ataques aéreos executados pela coalizão mataram dezenas de pessoas, incluindo crianças que viajavam em um ônibus pelo mercado de Saada. A aliança, a princípio, alegou ter mirado em lançadores de mísseis; mais tarde, no entanto, admitiu que o ataque foi injustificado.
Organizações de direitos humanos têm criticado os países ocidentais que fornecem armas e inteligência à coalizão, pois servem então como auxiliares aos ataques aéreos cujo resultado é a morte de civis em hospitais, escolas e mercados. A coalizão afirma não agredir alvos civis deliberadamente.
A guerra já dura quatro anos e matou dezenas de milhares de pessoas, além de levar a nação da Península Arábica, há muito deteriorada economicamente, para condições de minsegurança alimentar, devido ao impasse militar.
Os Houthis alegam que sua revolução é contra a corrupção e controlam a capital Sana’a e a maior parte dos principais centros urbanos. O governo de Abd-Rabbu Mansour Hadi detém o porto de Aden, no sul do país.
A violência pode dificultar ainda mais os esforços para implementar o acordo de retirada militar da cidade portuária de Hudaydah, proposto pela ONU, cujo intuito é pavimentar os caminhos para os diálogos de paz e o consequente fim do conflito. O confronto é amplamente reconhecido na região como uma guerra por procuração entre Arábia Saudita e Irã.