Na noite desta terça-feira (30), forças da ocupação israelenses convocaram o pai de um menino de seis anos de idade da cidade de Jerusalém para interrogatórios após acusar a criança de atirar uma embalagem de suco feita de papel contra soldados da ocupação.
Qais Firas Obaid, de seis anos, residente do bairro de Issawiya, em Jerusalém Oriental, foi abordado por forças da ocupação israelenses após supostamente atirar a embalagem de papel contra o soldados. Os oficiais israelenses requisitaram do menino o documento de identidade de sua mãe. Então, levaram-no de volta para casa e intimaram o pai para uma série de interrogatórios na delegacia da cidade, às oito horas da manhã de hoje.
O caso ocorre apenas um dia depois da intimação de outra criança, Muhammad Rabi’ Elayyan, de quatro anos de idade, para depor às forças israelenses por supostamente atirar pedras contra os veículos de polícia.
Ainda ontem, a Polícia de Israel negou a convocação de Muhammad, alegando que havia somente chamado o pai para alguns questionamentos, o que contraria os registros de imagem e vídeo que mostram a criança com a intimação.
Na semana passada, um relatório publicado pela organização Defence for Children International – Palestine (DCIP ou Defesa Internacional da Criança – Palestina) revelou que Israel matou 16 crianças palestinas desde o início de 2019.
Jerusalém Oriental, como o resto dos territórios palestinos próximos à Cisjordânia reconhecidos internacionalmente, está submetida a um período de tensões nos últimos meses em particular, devido à demolição sistemática de bairros palestinos inteiros e à ocupação de residências de famílias palestinas por colonos judeus.
A construção continuada dos assentamentos em terras palestinas e a destruição de casas e aldeias palestinas é uma violação direta da lei internacional e dificulta ainda mais o processo de paz e a criação de um estado da Palestina. A ocupação de Jerusalém Oriental, considerada pelos palestinos como sua futura capital, é particularmente nociva à solução de dois estados, assim como o cerco a cidades e aldeias palestinas por assentamentos judaicos exorbitantes, nos territórios ocupados da Cisjordânia, o que leva muitos observadores a especular sobre a possibilidade real de um estado futuro.