A Suprema Corte do Brasil rejeitou na terça-feira um pedido de extradição de um oponente do presidente turco, Tayyip Erdogan, dizendo que não há garantias de que ele obterá um julgamento justo na Turquia, informou a Reuters.
Ali Sipahi, empresário e proprietário de restaurantes em São Paulo, é membro do Hizmet, um movimento islâmico moderado inspirado pelo pregador turco Fethullah Gülen, dos Estados Unidos. É considerado um grupo terrorista pelo governo Erdogan.
“Não há garantia de que a pessoa extraditada seria assegurada por um julgamento imparcial por um juiz independente”, disse o juiz Edson Fachin em sua decisão, apoiada por unanimidade pela segunda câmara de cinco membros da Suprema Corte.
O gabinete do procurador-chefe do Brasil argumentou perante o tribunal contra a extradição de Sipahi, que mora no Brasil há 12 anos, dizendo que não tinha provas de atos terroristas cometidos pelo Hizmet.
O jornal Estado de S.Paulo informou que há cerca de 300 cidadãos turcos ligados ao Hizmet que vivem no Brasil e o governo da Turquia está buscando a extradição de pelo menos 10 deles.
O Ministério da Justiça brasileiro não respondeu imediatamente a um pedido para confirmar os outros pedidos de extradição.