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Para impedir invasão de Al-Aqsa por colonos, Jerusalém decide fechar todas as mesquitas para o Eid

Judeus fanáticos, sob proteção da polícia israelense, atacam o complexo da mesquita de Al-Aqsa em Jerusalém em 2 de junho de 2019. [Faiz Abu Rmeleh/Agência Anadolu]

Organizações palestinas em Jerusalém decidiram fechar todas as mesquitas da cidade durante o Eid Al-Adha, em uma tentativa de proteger a mesquita Al-Aqsa da cidade contra ataques planejados por colonos israelenses ilegais.

O Eid Al-Adha – um feriado islâmico celebrado todos os anos durante o Hajj – acontece neste final de semana, coincidindo este ano com o festival judaico de Tisha B’Av. No início desta semana, grupos extremistas que advogam a reconstrução do antigo Templo Judaico convocaram a invasão da mesquita de Al-Aqsa e a realização de orações judaicas no local, ambos para marcar Tisha B’Av e interromper os rituais do Eid.

Os palestinos, ontem, anunciaram que fecharão todas as mesquitas em toda a cidade, permitindo apenas que as orações do Eid ocorram em Al-Aqsa em uma tentativa de proteger o local.

O chamado veio em uma declaração assinada por proeminentes figuras islâmicas em Jerusalém, incluindo o chefe do Conselho Supremo Islâmico, Sheikh Ikrima Sabri, Presidente do Conselho de Awqaf e Assuntos Islâmicos e Sítios Sagrados, Sheikh Abdul Azim Salhab, e o Mufti de Jerusalém e Palestina Sheikh Mohammed Hussein.

A declaração exigiu que todos os imãs anunciassem a política durante as orações de sexta-feira (9), acrescentando que o povo de Jerusalém se levantaria contra os planos dos colonos de invadir o local sagrado.

Ele também enfatizou que a decisão vem em resposta a um anúncio da Polícia de Israel de que conduziria uma “avaliação” da situação em Al-Aqsa nas primeiras horas do Eid para decidir se permitiria ou não aos judeus acesso ao complexo.

As incursões israelenses no complexo de Al-Aqsa são uma ocorrência regular, apesar de serem proibidos de entrar ou orar no local sob o acordo de status quo.

Esta semana, o Ministério de Doações Religiosas da Autoridade Palestina (AP) revelou que as forças israelenses realizaram 75 violações da Mesquita Al-Aqsa e da Mesquita Ibrahimi de Hebron no mês passado.

O ministério também alertou contra a crescente extensão de incursões de colonos israelenses ilegais, apontando para o exemplo de um colono que realizou rituais judaicos no local, enquanto vários colonos tentaram fazer o mesmo no complexo Bab Al-Rahma (Golden Gate).

Bab Al-Rahma foi o local de severas repressões israelenses contra os palestinos em fevereiro, quando o portão foi aberto aos fiéis pela primeira vez em mais de uma década. Na época, dezenas de palestinos foram presos, incluindo líderes nacionais e clérigos como o xeque Salhab e seu vice, Najeh Bkerat.

No primeiro semestre de 2019, cerca de 900 palestinos foram presos pelas autoridades israelenses em Jerusalém. Um porta-voz do Centro de Estudos dos Prisioneiros Palestinos (PCHR) disse que as prisões ocorridas em Jerusalém representam um terço do total de detenções nos territórios palestinos ocupados (oPt), que chegaram a 2.600 casos.

O centro enfatizou que o número de detenções indica um alvo claro dos habitantes de Jerusalém, a fim de impedi-los de proteger locais sagrados e defender a mesquita de Al-Aqsa.

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