Há seis anos, o exército egípcio invadiu a praça Rabaa, no Cairo, e massacrou 1.000 pessoas que protestavam contra a remoção do primeiro presidente democraticamente eleito do país, Mohamed Morsi. Pessoas foram baleadas, queimadas vivas e sufocadas com gás lacrimogêneo. Forças de segurança bloquearam as entradas para que as ambulâncias não pudessem entrar para tratar os feridos.
O que: Massacre de Rabaa
Quando: 14 de agosto de 2013
Onde: Egito
O que aconteceu?
Depois que Morsi foi deposto em um golpe militar, em 3 de julho de 2013, a Irmandade Muçulmana convocou protestos nas praças de Rabaa Al-Adawiya e Al-Nahda. Cerca de 85.000 pessoas se juntaram às manifestações.
Membros da Irmandade Muçulmana manifestaram-se em frente à Mesquita Rabaa Al-Adawiya, no Cairo, por 47 dias. As forças de segurança atacaram por volta das 6 da manhã de 14 de agosto de 2013.
Agentes dispararam indiscriminadamente contra a multidão, atearam fogo às tendas que as pessoas haviam recolhido e jogaram gás lacrimogêneo nas massas. Veículos blindados e escavadeiras avançaram sobre os manifestantes.
Cerca de 1.000 pessoas foram mortas, milhares foram feridas e mais de 800 pessoas foram presas.
O que aconteceu depois?
Figuras supostamente liberais, como o autor Alaa Al-Aswany, endossaram o massacre, assim como a mídia estatal. “Eles são um grupo de terroristas e fascistas”, disse Al-Aswany.
Embora polícia e exército tenham disparado e empregado força excessiva, desde aquele dia nem um único oficial de segurança foi levado a julgamento ou foi responsabilizado pelo massacre.
Em 2015, o governo renomeou a praça para Hisham Barakat, o promotor público que presidiu a absolvição do ditador Hosni Mubarak.

Um estudante egípcio segura a placa Rabaa durante um protesto contra o regime militar em 18 de fevereiro de 2015 [Amr Sayed/Apaimgaes]
A Human Rights Watch e a Iniciativa Egípcia para os Direitos Individuais conduziram investigações independentes sobre o massacre e concluíram que ele for lançado contra manifestantes predominantemente desarmados.
Apesar disso, a comunidade internacional retomou as exportações de armas para o Egito logo após o massacre e, de modo geral, procurou fortalecer os laços com o regime de Sisi.
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