Forças da oposição síria confirmaram relatos preliminares de que milícias e tropas iranianas estão lutando lado a lado com forças do regime sírio de Bashar Al-Assad. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (13) pela rede de notícias Shaam Network, ligada à oposição na Síria.
As informações da Shaam Network revelaram o envolvimento iraniano em certas áreas, como o sul de Idlib, o norte de Hama e o leste de Latakia – todas regiões do noroeste da Síria –, ao monitorar as atividades do regime na província de Idlib. As fontes relatam que as tropas e milícias iranianas nem sempre estiveram presentes nos conflitos naquela parte do país. Não estavam presentes, por exemplo, no início do ataque do regime sírio contra Idlib, em abril deste ano, ou mesmo envolvidos no conflito quando tropas foram enviadas ao oeste de Aleppo.
Sua presença no campo de batalha, portanto, é mais recente. Acredita-se que as milícias iranianas chegaram à região recentemente a fim de participar das operações militares lançadas pelo regime e pela Rússia contra forças de oposição na zona rural em torno de Hama e Idlib.
As descobertas de envolvimento militar iraniano contra forças opositoras confirmam relatos do mês passado do uso de forças iranianas por parte da Rússia para lutar no noroeste do país. A participação militar do Irã surge em meio a esforços renovados na campanha governista – e de seus aliados – nesta região da Síria, principalmente durante o fim de semana. Desde abril, forças do regime auxiliadas por tropas e equipamentos russos conduzem uma investida militar de larga escala tanto por terra quanto por ar contra a província de Idlib; os ataques ainda estão em andamento.
O envolvimento do Irã, até recentemente, limitava-se a um papel logístico e de consultoria em apoio ao regime sírio do Presidente Bashar Al-Assad, com conselheiros militares e milícias posicionados apenas em postos iranianos ao longo do país. A decisão de participar diretamente do combate armado contra grupos de oposição ocorre poucos meses depois da Rússia passar a utilizar tropas também em solo na região de Idlib, ao invés de restringir seu apoio à aeronáutica, como era anteriormente.
Durante todo o ataque contra Idlib, último posto de defesa da oposição síria, o regime esteve sob necessidade urgente de assistência militar da Rússia e do Irã, devido ao fracasso contínuo em avançar territorialmente na província por conta própria, diante da forte resistência opositora. Desde que as tropas de infantaria russas foram apresentadas ao confronto, assim como as recentes forças iranianas, o regime passou a progredir rapidamente, ao recapturar áreas no sul de Idlib e no norte de Hama.