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Menor palestino é preso por suposto estupro de menina israelense

Polícia de Israel patrulha as ruas próximas à Torre Azrieli, em Tel Aviv, Israel, 8 de julho de 2019 [Oren Ziv/Agência Anadolu]

Um menor de idade palestino foi preso em Nablus sob suspeita de estuprar uma menina israelense em Tel Aviv, a terceira prisão deste tipo nos últimos dois meses.

A Polícia de Fronteira de Israel anunciou ontem (14) que prendeu o menor de idade residente da aldeia de Qabalan, perto da Rota 60, ao sul da cidade de Nablus, Cisjordânia ocupada. O menor – não identificado – é suspeito de uma série de agressões sexuais, incluindo o estupro de uma menor de idade israelense em Tel Aviv e outros “atos indecentes” contra outras mulheres e meninas.

A polícia alega que o jovem palestino entrou ilegalmente em Israel no mês passado, quando então cometeu o suposto crime na cidade de Tel Aviv. A polícia, entretanto, não concedeu maiores detalhes sobre como o menor realizou a jornada de Qabalan a Tel Aviv e vice-versa, o que requereria atravessar uma série de postos de controle altamente guarnecidos.

Na manhã de ontem, a polícia invadiu diversas casas em Qabalan, como sequência ao que chamou de “investigação complexa e extensiva confidencial”. A Corte Juvenil de Tel Aviv ordenou então que o menor permaneça sob custódia do estado por cinco dias, aguardando investigações complementares.

A prisão de ontem marca o terceiro caso do tipo nos últimos dois meses. Em junho, a Polícia de Israel prendeu equivocadamente Mahmoud Katusa, de 46 anos, pelo suposto estupro de uma menina de sete anos de idade do assentamento Haredi de Modi’in Ilit, perto do Muro da Separação de Israel.

Katusa – originário da aldeia de Deir Qadis, na Cisjordânia – foi preso e detido por 55 dias pelo suposto incidente. Segundo as acusações, Katusa teria supostamente assediado a menina enquanto trabalhava como zelador de sua escola. A acusação também alegou que Katusa teria abduzido a criança para um apartamento próximo onde trabalhava com a ajuda de amigos palestinos que a imobilizaram para cometer o estupro.

Entretanto, diversas discrepâncias apareceram no caso. Foi revelado que a Polícia de Israel omitiu evidências cruciais que poderiam exonerar Katusa. Eventualmente, as acusações contra ele foram retiradas. Mahmoud Katusa agora processa a Polícia de Israel pelo tempo em que esteve preso, além da abordagem negligente das autoridades sobre o caso.

Outros dois palestinos foram subsequentemente detidos em conexão com o caso, mas liberados apenas alguns dias depois sem qualquer acusação. O crime permanece em aberto. A polícia israelense declarou no início deste mês que “nas próximas semanas, conduzirão buscas e interrogatórios contra todos os palestinos que estiveram na cidade-assentamento ultraortodoxa na região central da Cisjordânia durante o período do possível estupro”.

Os oficiais apressaram-se a retificar que “não eliminaram ainda a possibilidade de um residente judeu do mesmo assentamento ter cometido o crime”.

No último mês, outro palestino não-identificado foi preso sob suspeita de estuprar uma menina israelense de treze anos de idade na cidade de Ashdod, na costa mediterrânea de Israel.

De modo bastante similar às falsas alegações contra Katusa, a Polícia de Israel alegou que o palestino em questão estabeleceu um relacionamento de assédio contra a adolescente ao realizar a reforma de seu colégio interno, em Ashdod. A polícia também alegou que o homem então fugiu para a Cisjordânia, o que deu início a uma caçada contra o suposto criminoso para eventualmente prendê-lo.

No entanto, as autoridades tiveram de alterar a linha de investigação e abrir um inquérito separado sobre o incidente, após ser revelado que o palestino acusado apresentou-se a até cinco delegacias de polícia – por livre e espontânea vontade – a fim de conceder seu testemunho e refutar as alegações contra ele; os policiais, porém, reiteradamente o rejeitaram, ao afirmar que ele não era procurado para interrogatórios.

Shani Farjun, advogado do suspeito palestino, descreveu o incidente: “Jamais vi um suspeito que tenta se entregar tantas e tantas vezes e ninguém sequer dá atenção […] sua conduta e seu desejo de responder às questões sobre o caso são o melhor testemunho de sua inocência, pois não tentou escapar dos interrogatórios e fez todo o possível para limpar o seu nome.”

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