Ataques aéreos mataram mais de duas dezenas de civis, incluindo 11 crianças, no noroeste da Síria, nos últimos dois dias, em uma escalada da ofensiva apoiada pela Rússia,segundo um observatório e ativistas locais informaram à Reuters neste sábado (17).
Um ataque aéreo na vila de Deir matou sete pessoas, a maioria crianças, pela manhã de hoje (17), informou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos. Na sexta-feira (16), ataques aéreos na aldeia de al-Haas mataram 13 pessoas. Os mortos incluem uma mulher grávida e seu bebê, segundo as mesmas fontes. As vítimas procuravam abrigo, após fugirem de outra área.
Rami Abdulrahman, diretor do Observatório, disse acreditar que o objetivo do governo é forçar civis a fugirem de áreas que estavam relativamente ilesas, em uma escalada militar que começou no final de abril. “Eles estão bombardeando as cidades e seus arredores para forçar as pessoas a fugir”, disse ele.
Ahmad al-Dbis, gerente de proteção e segurança da União de Organizações de Assistência Médica e Assistência Humanitária (UOSSM), com sede nos EUA, que apóia instalações médicas no noroeste do páis, disse que o bombardeio se ampliou em áreas populosas onde não havia posições militares.
“Eles estão sendo direcionados para levar as pessoas ao deslocamento forçado”, disse ele à Reuters.
Dbis disse que o número de civis mortos pelo governo ou forças russas chegou a mais de 730 desde o final de abril. O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários disse que mais de 500 civis morreram em hostilidades.
A Rússia e a Síria disseram que suas forças não estão atacando civis, mas sim militantes, incluindo a Frente Nusra, um grupo jihadista conhecido hoje como Hayat Tahrir al-Sham.
A região noroeste, incluindo a província de Idlib, faz parte da última grande base da oposição ao presidente Bashar al-Assad.
A França pediu na sexta-feira o fim imediato dos combates. O Ministério das Relações Exteriores da França acrescentou que condenou, em particular, os ataques aéreos nos campos para os deslocados.
O aumento da violência já obrigou centenas de milhares de pessoas a fugir para a fronteira turca.
Uma força rebelde síria apoiada pela Turquia, sediada ao norte da cidade de Aleppo, o Exército Nacional, disse que ainda não enviou reforços para ajudar os rebeldes do Idlib por motivos técnicos.
“Há uma reunião hoje entre as facções sobre os preparativos para o Exército Nacional entrar no Idlib e estamos aguardando os resultados deste encontro”, disse o porta-voz do major Youssef Hammoud.
O lado do governo tem avançado em direção à cidade de Khan Sheikhoun, na província de Idlib, sul do país, ameaçando cercar o último bolsão remanescente do território controlado pelos rebeldes na vizinha província de Hama.