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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

#MyPalestineSitty é um dos assuntos mais comentados no Twitter, após Tlaib recusar condições de Israel

https://twitter.com/IlhanMN/status/1162888198743310336?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1162888198743310336&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.middleeastmonitor.com%2F20190819-mypalestiniansitty-trends-after-tlaib-refuses-to-enter-israel%2F

Na semana passada, a congressista americana Rashida Tlaib rejeito as condições da oferta de Israel para que visitasse sua avó na aldeia de Beit Ur Al-Fouqa, na Cisjordânia ocupada, pouco depois de Tlaib e sua companheira de Congresso Ilhan Omar serem proibidas de realizar uma visita diplomática.

Apesar de Israel afirmar ter autorizado a visita de Tlaib a sua avó Muftia, de 90 anos de idade, sob “bases humanitárias”, a Congressista do Estado do Michigan relatou que “não poderia permitir” que Israel a humilhasse e fizesse uso de seu amor por sua avó “para colocá-la de joelhos diante de políticas racistas e opressivas”.

A comunidade internacional no Twitter passou então a apoiar Tlaib ao compartilhar fotografias antigas e recentes da parlamentar americana e de suas avós palestinas junto à hashtag #MyPalestinianSitty, em homenagem a gerações de mulheres palestinas que viveram o trauma da Nakba em 1948 e o subsequente exílio de sua pátria.

Muitos usuários compartilharam histórias das privações sofridas por suas avós durante a Nakba, quando cerca de 750.000 palestinos foram expulsos à força de suas casas.

A artista e arquiteta palestina Dima Srouji compartilhou uma foto de sua avó “supermulher”, expulsa da aldeia de Ramleh, na região central da Palestina aos seis anos de idade, após seus irmãos serem presos pelas forças israelenses durante a Nakba.

A avó de Miriam, usuária do Twitter, fugiu da aldeia de Saris, a oeste de Jerusalém, em 1948, quando foi invadida pela milícia sionista Hagana, organização paramilitar que posteriormente compôs a base do Exército de Israel. A família fugiu então para o campo de refugiados de Qalandiya, então de barco para o Líbano e Venezuela.

Alguns usuários também refletiram sobre os sacrifícios impostos às suas avós para que pudessem ver seus filhos e netos bem-sucedidos.

Debbie Abdo Phelps, usuária do Twitter, contou a história de seus avós, expulsos da cidade portuária de Jaffa, refugiados na Jordânia. Ela também destacou os sacrifícios de sua avó para que o filho pudesse estudar em uma universidade nos Estados Unidos.

Outros usuários se lembraram da Palestina antes da Nakba – a chamada catástrofe palestina, em 1948.

Hanan Ashrawi, membro do Comitê Executivo da Organização pela Libertação da Palestina (OLP), compartilhou uma foto de sua avó Farha vestindo o traje tradicional de Ramallah, em 1925, e destacou a resiliência das mulheres palestinas.

Liz Zacharia, usuária do Twitter, compartilhou uma imagem em preto e branco de seus avós recém-casados, em um riacho local.

Ben Jamal, Diretor da Campanha de Solidariedade à Palestina (CSP) também compartilhou uma fotografia de sua avó Nazli em sua casa em Talbieh, Jerusalém Oriental. A família de Ben Jamal foi expulsa de sua casa em 1948.

Gerações mais jovens de palestinos também participaram do movimento que tomou o Twitter. Tlaib compartilhou uma foto de sua outra avó palestina, de Beit Hanina, ao norte de Jerusalém, descrita pela parlamentar americana como “uma mulher forte”.

Ammar Campa-Najjar, que foi candidato ao congresso americano, também de descendência palestina como Tlaib, homenageou a memória de sua avó, morta “em sua própria casa”, diante dos filhos, durante a Guerra de 1973.

Alguns usuários destacaram a resiliência do povo palestino diante das inúmeras guerras, da ocupação, das Intifadas e do cerco executado por Israel.

Jehad Abusalim destacou a resistência de sua avó, que testemunhou a Nakba de 1948, a ocupação de Gaza em 1956, a reocupação de Gaza em 1967, as invasões do Líbano em 1978 e 1982, a Primeira e a Segunda Intifada, três ataques de larga escala contra a Faixa de Gaza e os treze anos de bloqueio ao território litorâneo.

Outros usuários compartilham suas memórias favoritas de suas avós.

Para muitos, o simples fato da hashtag #MyPalestinianSitty tornar-se um dos assuntos mais comentados mundialmente no Twitter já é uma declaração de força do povo palestino.

Dana, usuária do Twitter de dezenove anos de idade, afirmou que o movimento “preencheu completamente o meu coração”, ao também homenagear sua avó.

Ilhan Omar – ao lado de Tlaib, uma das primeiras parlamentares muçulmanas eleitas para o Congresso dos Estados Unidos, cuja entrada em Israel também foi negada por Israel – compartilhou o sentimento. Ela reiterou que o movimento humaniza “um dos povos mais desumanizados do mundo.”

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