O Presidente dos Estados Unidos Donald Trump contrapôs-se às críticas emocionais da congressista americana Rashida Tlaib referentes à decisão de Israel de negar sua entrada e de sua companheira de legislativo, Ilhan Omar. As informações são da Agência Anadolu.
Trump continuou a alegar de modo falacioso que Tlaib é antissemita em mensagens compartilhadas na sua página do Twitter, após Tlaib e Omar criticaram a decisão de baní-las, cancelando a viagem prevista para começar no último fim de semana.
Trump afirmou: “Desculpa, mas não compro as lágrimas da congressista Tlaib. Observei sua violência, sua loucura e, mais importante, suas palavras por tempo demais. Agora lágrimas? Ela odeia Israel e todo o povo judeu. É uma antissemita. Ela e suas três amigas [Ilhan Omar, Alexandira Ocasio-Cortez e Ayanna Pressley] são o novo rosto do Partido Democrata. Viva com isso!”
Sorry, I don’t buy Rep. Tlaib’s tears. I have watched her violence, craziness and, most importantly, WORDS, for far too long. Now tears? She hates Israel and all Jewish people. She is an anti-Semite. She and her 3 friends are the new face of the Democrat Party. Live with it!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) August 20, 2019
Embora, a princípio, Tlaib e Omar tenham sido proibidas de visitar Israel devido ao seu apoio ao movimento palestino internacional de boicote, Tel Aviv eventualmente autorizou Tlaib a visitar sua avó sob “bases humanitárias”.
No entanto, Rashida Tlaib, congressista palestino-americana, nascida nos Estados Unidos, relatou como sua avó, que vive na Cisjordânia ocupada, pediu que não a visitasse sob circunstância consideradas humilhantes.
Com lágrimas nos olhos, Tlaib afirmou:
“Eu sou o seu sonho manifesto. Sou um pássaro livre. Então porque devo voltar atrás e ser engaiolada e ter de me ajoelhar justamente quando minha eleição lhe concedeu orgulho? Como congressista dos Estados Unidos, não posso fazer isso com a minha avó.”
Mais adiante, Tlaib relatou sua visita à Palestina quando criança e, mais tarde, como adulta, e como a ocupação a expôs às “dores da opressão,” inclusive ao testemunhar sua mãe submetida a “postos de controles desumanizantes,” e os reiterados abusos das forças de segurança de Israel contra seu então marido.
“Tudo que posso fazer,” ela disse, “é dar luz à verdade da única maneira que sei.”
Trump apoiou veementemente a decisão de Israel de negar a visita das congressistas americanas ao país e aos territórios palestinos, ao afirmar previamente que permitir sua entrada seria um anúncio público de “fraqueza”.
A decisão, entretanto, evidentemente levantou críticas bipartidárias fora da administração de Donald Trump. O senador republicano Marco Rubio, por exemplo, classificou a decisão como “um erro”.
O principal grupo de lobby pró-Israel no Capitólio dos Estados Unidos, o AIPAC (Comitê de Assuntos Públicos Americano-Israelenses) também reiterou sua crítica moderada: “Discordamos das representantes legislativas Omar e Tlaib quando ao seu apoio ao movimento anti-Israel de BDS, além de discordar também do chamado de Tlaib por uma solução de estado único. Mas também acreditamos que todo membro do Congresso deve poder visitar e testemunhar pessoalmente a democracia em nosso aliado Israel.” O comitê busca manter o apoio bipartidário a Israel no congresso americano.