Milhões de iemenitas poderão em breve enfrentar cortes na ajuda alimentar, depois que as promessas de fundos feitas por doadores importantes, a maior parte da Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos (EAU), não se cumpriram.
O alerta sombrio foi divulgado ontem pela ONU, que disse que precisará fazer cortes severos em programas humanitários no país devastado pela guerra, porque o envio do dinheiro prometido pelos Estados-Membros para pagar por eles “não se materializou”.
“Estamos desesperados pelos fundos que foram prometidos”, disse Lise Grande, coordenadora humanitária da ONU no Iêmen. “Quando o dinheiro não vem, as pessoas morrem.” Grande disse que a ONU foi forçada a suspender a maioria das campanhas de vacinação em maio, e sem dinheiro novo, os programas de salvação no Iêmen serão fechados nos próximos dois meses.
Cerca de 2,6 bilhões de dólares foram prometidos para o Iêmen durante evento em fevereiro para atender às necessidades urgentes de mais de 20 milhões de iemenitas. Mais da metade, 1,5 bilhão de dólares, foi prometido pela Arábia Saudita e pelos Emirados Árabes Unidos, mas até agora menos da metade do valor foi recebido.
A ONU descreveu a catástrofe humanitária no Iêmen como a pior desde a Segunda Guerra Mundial. Cinquenta e três por cento da população está enfrentando uma “grave insegurança alimentar aguda” como resultado de uma campanha de cerco e bombardeio liderada pela Arábia Saudita.
Segundo o escritório humanitário da ONU em Nova York, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos prometeram 750 milhões de dólares para o Plano de Resposta Humanitária ao Iêmen para 2019, mas até agora os sauditas contribuíram 127 milhões dólares e os Emirados Árabes Unidos com 160 milhões de dólares.
Alerta de uma iminente catástrofe humanitária após cortes nos programas de ajuda, a ONU disse que “milhões de pessoas no Iêmen, que não podem se sustentar, são as vítimas deste conflito, dependem de nós para sobreviver”.
A menos que os fundos prometidos sejam recebidos nas próximas semanas, as rações alimentares para 12 milhões de pessoas serão reduzidas e pelo menos 2,5 milhões de crianças desnutridas serão cortadas dos serviços essenciais.