O número de palestinos deslocados pelas autoridades da ocupação israelense nos primeiros sete meses de 2019 já superou o número total de deslocados em todo o ano de 2018.
De acordo com dados publicadas nesta semana pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA), forças israelenses nos territórios palestinos ocupados (TPOs) demoliram ou sitiaram ao menos 66 propriedades palestinas somente em julho, deslocando 47 pessoas e afetando a “subsistência ou acesso a serviços de quase 8.000 outras pessoas”.
Tais demolições levam “o número acumulado de pessoas deslocadas devido às demolições no primeiros sete meses de 2019” a 481 pessoas, comparados aos 472 deslocados resultantes do ano de 2018.
Somente na chamada Área C, foram registradas as demolições de 52 estruturas em julho, “todas baseadas na falta de alvarás de construção”. As autorizações para construir são sistematicamente negadas aos palestinos pelo regime de planejamento discriminatório de Israel.
Até então, o número de estruturas demolidas na Área C neste ano chega a 223 edifícios, segundo dados do UNOCHA, o que representa um aumento de 64 por cento “comparado ao período equivalente de 2018”.
As mais recentes demolições incluem doze estruturas em Sur Baher, bairro palestino no subúrbio de Jerusalém Oriental. Nove dessas estruturas eram edifícios residenciais. Ao criticar este incidente, oficiais da ONU declararam que “a política de Israel de destruir propriedades palestinas não é compatível com suas obrigações sob a lei humanitária internacional”.
Oito das estruturas demolidas na Área C, na Cisjordânia ocupada, eram “cisternas de água concebidas como auxílio humanitário a serviço de quatro comunidades na província de Hebron (Al-Khalil), com recursos da União Europeia e de seus estados membros,” declarou o UNOCHA.
Além disso, durante o mês de julho, forças da ocupação israelense demoliram ou sitiaram 24 estruturas financiadas com doações enquanto outras seis estruturas “receberam demolição ou suspensão de ordens de trabalho”. Este é o maior número de estruturas financiadas por doações alvejadas em um único mês desde janeiro de 2017, registrou o escritório da ONU.