O governo da Nova Zelândia recuou e suspendeu o financiamento à agência de auxílio humanitário das Nações Unidas que fornece apoio aos palestinos.
A suspensão da contribuição financeira e do auxílio neozelandês à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, em inglês) deve ser implementada até ser divulgado um relatório do Escritório de Serviços de Supervisão Interna da ONU´(ESSI), no próximo mês de outubro, o qual deverá detalhar as alegações de má conduta, corrupção, ligações com grupos terroristas e antissemitismo levantadas contra a agência.
Uma declaração publicada pelo Ministério de Relações Internacionais da Nova Zelândia afirmou: “Esperamos que a UNRWA coopere plenamente com a investigação em curso, e responda efetivamente com um relatório sobre as descobertas e recomendações do inquérito.” Acrescentou: “O Ministério deverá rever seu programa de financiamento sobre as descobertas do ESSI quando as investigações estiverem completas. Depois disso, aconselhará o Ministério de Relações Internacionais sobre financiamentos futuros.”
O movimento conduzido pela nação oceânica contrasta duramente com seus anúncios recentes de que forneceria maiores ajudas à agência e aos palestinos. Em novembro de 2018, a Nova Zelândia havia prometido aumentar seu apoio à UNRWA e, em maio deste ano, garantiu seu compromisso em relação à entidade até, ao menos, 2021.
Esta mudança na política financeira e a retirada dos auxílios humanitários ocorre entre uma campanha intensiva para privar a UNRWA de recursos e apoio internacional, por parte de diversas nações ocidentais, em particular os Estados Unidos de Donald Trump. No ano passado, a administração Trump retirou todos os recursos americanos do orçamento da agência. O caso mais recente de suspensão de fundos ocorreu em julho, quando a Holanda e a Suíça também congelaram o apoio financeiro devido a relatos de corrupção dentro da agência.
A redução severa de recursos afeta diretamente a situação dos palestinos nos campos de refugiados em particular. Desde a retirada dos recursos americanos, emergiram relatos generalizados de condições deteriorantes nos campos espalhados por todo o Oriente Médio, em países como Líbano e Jordânia. A agência da ONU, portanto, continua a lutar financeiramente, sufocada por uma campanha vigente contra suas ações humanitárias, e busca recursos urgentes para manter seu trabalho.