Nesta sexta-feira (30), autoridades israelenses demoliram a aldeia árabe de Al-Araqeeb, localizada no deserto do Negev, pela 156ª vez.
Testemunhas relataram à imprensa local que a Polícia de Israel desmantelou “as tendas do povo de Al-Araqeeb, rasgaram-nas e arrastaram para fora da aldeia.”
As autoridades da ocupação israelense têm aumentado o ritmo das demolições de Al-Araqeeb nos meses recentes, além de prender os residentes da aldeia, em tentativa de forçar os locais a abandonar a terra.
Localizada no deserto do Negev, a aldeia é uma das 51 aldeias árabes “não-reconhecidas” na região e é continuamente alvejada por planos sistemáticos de demolição a fim de expulsar a população nativa do Negev e construir assentamentos ilegais para novas comunidades judaicas. Tratores israelenses, cujo serviço é cobrado dos próprios beduínos, demoliram absolutamente tudo, de árvores a reservatórios de água. Os residentes beduínos, no entanto, tentam reconstruir a aldeia todas as vezes.
Beduínos no Negev respondem às mesmas leis outorgadas aos cidadãos judeus israelenses. Pagam impostos, mas não desfrutam de direitos iguais ou mesmo serviços básicos concedidos exclusivamente aos judeus em Israel. O estado israelense reiteradamente se recusa a conectar as cidades e aldeias beduínas à grade nacional, a recursos hídricos ou outros serviços vitais.
A determinação da corte israelense que autorizou as demolições acusa os residentes nativos de “invadir terras do estado”, ao reconstruir suas próprias casas demolidas anteriormente.