Ayelet Shaked, líder da coalizão de partidos de direita Yamina e ex-Ministra da Justiça de Israel, alertou religiosos sionistas para que “acordem” diante das novas eleições marcadas para este mês, cujo resultado pode relegar os partidos de extrema-direita à oposição.
Em entrevista para a rede de notícias pró-assentamentos Arutz Sheva, Shaked afirmou: “Estamos diante de um momento bastante crítico”.
“É uma verdadeira emergência,” prosseguiu. “E peço a todos os religiosos sionistas e toda a direita ideológica que acordem. Da forma como está, a situação não é boa e todo o bloco inclinado à direita está em perigo, devido aos dois assentos pertencentes ao Otzma Yehudit.”
Segundo as pesquisas, a facção de extrema-direita Otzma Yehudit (Poder Judeu) atualmente está abaixo da cláusula de desempenho eleitoral, que estabelece um número mínimo de parlamentares eleitos pelo partido para que possam assumir o cargo. Isso significa que seus votos podem ser efetivamente desperdiçados, uma perda considerável para o bloco de direita.
“Há escolhas bastante críticas a serem feitas e devemos votar para partidos que superem a cláusula de barreira,” esclareceu Shaked. “O Otsma Yehudit deve dar fim a este jogo, pois não superará o mínimo, colocando em risco toda a direita israelense.”
“Precisamos de grandes contingentes tanto na abordagem cotidiana quanto nas redes sociais,” exortou Shaked. “Os chefes das instituições precisam acordar. Podemos terminar essa eleição com todos os religiosos sionistas e ideólogos de direita na oposição.”
Segundo a líder do Yamina: “Netanyahu será primeiro-ministro de uma forma ou de outra, mas caso nossos assentos sejam jogados na lata do lixo ou transferidos ao Likud, podemos diminuir tanto ao ponto de nos vermos na oposição.”
Shaked receia que após uma eventual vitória eleitoral, Netanyahu possa oferecer uma aliança ao adversário Benny Gantz, líder do partido Azul e Branco (Kahol Lavan), a fim de estabelecer um governo de coalizão.
“Se não crescermos e nos tornarmos mais fortes, com um número de dois dígitos, é possível que não sejamos nós [convidados a formar a coalizão],” afirmou Shaked. “O fato do Likud não atacar Gantz prova que estão pavimentando o caminho para o governo.”
Shaked buscou mobilizar, em particular, os colonos israelenses que residem ilegalmente na Cisjordânia ocupada, “para quem trabalhamos duro”. Ela reiterou: “Vocês sabem que sem nós, não há assentamentos.”
“Netanyahu falou sobre aplicar soberania às comunidades judaicas na Judeia e Samaria [Cisjordânia ocupada] somente devido às nossas ações. Quando entramos na política, ele falava de um estado palestino. Se não crescermos e nos tornarmos mais fortes, nossas palavras permanecerão apenas palavras e jamais evoluirão para ações.”