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Colonos israelenses ocupam terras na Cisjordânia dias após expulsão de família palestina

Colonos judeus cercam um campo agrário palestino para dar início a uma construção ilegal, no bairro de Beit Jala, em Belém, Cisjordânia, 3 de setembro de 2019 [Wisam Hashlamoun/Agência Anadolu]

Poucos dias depois de forças israelenses expulsarem uma família palestina de suas terras no sul da Cisjordânia ocupada, um posto avançado colonial não-autorizado foi instalado no local, relatou o jornal israelense Haaretz.

Em agosto, autoridades israelenses executaram a ordem de despejo contra a família Cassia, perto de Beit Jala, bairro da cidade de Belém, e então demoliram a residência e um restaurante da família que funcionava na mesma propriedade.

A propriedade é localizada na chamada Área C, na Cisjordânia ocupada, onde os palestinos têm seus direitos de construção sistematicamente negados pela burocracia das autoridades da ocupação israelense.

Neste caso específico, no entanto, um elemento a mais esteve presente, pois o Himnuta – subsidiário do Fundo Nacional Judaico (FNJ) – alegou ter propriedade sobre a terra a fim de facilitar as demolições.

A alegação é contestada pela família Cassia que, por ora, vive em uma tenda perto de sua antiga casa, enquanto a batalha pela propriedade permanece no judiciário.

Entretanto, poucos dias após a expulsão, segundo o Haaretz, “um grupo de judeus mudou-se para um lote adjacente ao edifício onde ficava a casa e o restaurante e, então, passou a trabalhar na terra.” O jornal acrescenta: “Pouco tempo depois, os colonos ergueram edifícios temporários que, na prática, transformam o local em um posto avançado residencial não-autorizado.”

Oficialmente, o Fundo Nacional Judaico reconheceu de imediato o arrendamento da terra, próxima ao assentamento de Neve Daniel, para fins de “uso agrário”.

Porém, “nenhum alvará jamais foi emitido para a construção de edifícios no local.” Portanto, mesmo sob regulações israelenses, as estruturas coloniais sobrepostas à antiga residência da família Cassia são absolutamente ilegais.

A organização não-governamental Peace Now expressou repúdio aos avanços em questão. “O estabelecimento de um novo posto avançado a setenta metros da residência palestina, destruída sob pressão do Fundo Nacional Judaico, entrega todo o jogo,” declarou a entidade humanitária.

“De fato, quando o Fundo Nacional Judaico exigiu a demolição da casa da família Cassia, já não se importava sobre a eventual ilegalidade de quaisquer construções executadas sobre a terra; contudo, não queria que os palestinos construíssem ali.”

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