Na manhã desta segunda-feira (16), o Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu declarou “pela primeira vez” que, caso reeleito, anexará Kiryat Arba e outros assentamentos na cidade ocupada de Hebron (Al-Khalil). As informações são do jornal israelense The Jerusalem Post.
Netanyahu fez tais promessas ao conversar com o apresentador Efi Triger em seu programa de rádio Good Morning Israel, transmitido pela emissora Galei Tzahal (Rádio Militar), operada pelas Forças de Defesa de Israel. A promessa ocorre apenas um dia antes das eleições israelenses, chamadas em caso extraordinário pela segunda vez neste ano.
Ao ser questionado por Triger se “o assentamento de Kiryat Arba e a comunidade judaica de Hebron” seria anexada, Netanyahu respondeu: “É claro. Serão parte de Israel. Mas preciso de um mandato para executar este plano.”
O líder do Partido Likud avançou ainda mais em seus comentários de onze dias atrás, quando, durante uma visita a Hebron (Al-Khalil), desapontou colonos ao deixar de lhes prometer a anexação a Israel.
Em entrevista à Rádio Militar, Netayahu relatou que disse ao Presidente dos Estados Unidos Donald Trump: “Planejo aplicar soberania sobre todos os assentamentos, incluindo aqueles em blocos, o território que os cerca e todos os assentamentos e locais que possuem importância para segurança ou patrimônio israelenses.”
“Afirmei que ninguém será expulso, que não reconhecerei o direito [palestino] de retorno e que Jerusalém deve permanecer unificada. Todas essas coisas foram ditas claramente,” reiterou o primeiro-ministro.
Netanyahu também destacou alegações feitas nas últimas semanas, especificamente ao informar que Trump publicará seu chamado “acordo de paz” pouco depois das eleições. “Estamos determinando as fronteiras finais de Israel; deste modo, do ponto de vista estratégico, temos altos e baixos.”
Os comentários do primeiro-ministro sobre Kiryat Arba agregam-se à sua promessa, declarada na última semana, de anexar toda a região do Vale do Jordão, na Cisjordânia, e “aplicar soberania” definitiva a todos os assentamentos israelenses por todo o território palestino ocupado.
No domingo (15), o gabinete israelense reuniu-se no posto avançado ilegal de Mevo’ot Yericho, no Vale do Jordão, onde o governo aprovou a proposta de autorizá-lo retroativamente, o que efetivamente cria um novo assentamento oficial – absolutamente ilegal, como todos os outros, segundo as leis internacionais.