Oficiais dos Estados Unidos afirmaram que informações obtidas por seus serviços de inteligência revelam que o Irã é o responsável pelos ataques cometidos no último fim de semana contra instalações petrolíferas estratégicas da Arábia Saudita, segundo informações divulgadas nesta segunda-feira (16) pelo The Wall Street Journal.
Ao mencionar fontes oficiais anônimas familiares ao assunto, o jornal americano relatou que a República Islâmica foi o “local de planejamento” para os ataques executados no sábado (14), conforme informações obtidas pela inteligência americana e compartilhadas com a contraparte saudita.
Rebeldes houthis do Iêmen, apoiados pelo Irã, assumiram a responsabilidade pelos ataques, mas os Estados Unidos rapidamente os desmentiram.
No Twitter, o Secretário de Estado Mike Pompeo declarou: “Não há qualquer evidência de que os ataques vieram do Iêmen.” Acusou então o Irã de lançar “um ataque sem precedentes sobre o fornecimento de energia global.”
O Irã, no entanto, negou qualquer participação nos ataques coordenados.
Um oficial de alto escalão do governo de Donald Trump relatou à rede de televisão ABC News que Teerã lançou cerca de uma dúzia de mísseis de cruzeiro e mais de vinte drones a partir de seu território.
O incidente logo levou a um acréscimo significativo nos preços de petróleo bruto, conforme a categoria Brent, de modo que aumentou dez por cento somente na manhã de segunda-feira.
Tensões emergiram entre Washington e Teerã desde maio de 2018, quando o presidente americano Donald Trump decidiu revogar unilateralmente o pacto nuclear acordado entre as potências mundiais e o Irã, que levantou as sanções bilionárias impostas à República Islâmica em troca de regulações inéditas em seu programa nuclear.
Os houthis, cujos mísseis balísticos de médio e longo alcance são frequentemente interceptados e neutralizados pelo sistema de defesa aérea da Arábia Saudita, reiteradamente lançam ataques com drones contra pontos estratégicos contra o território da monarquia.
O Iêmen permanece devastado pela violência desde 2014, quando o movimento houthi tomou grande parte do país, incluindo a capital Sanaa.
O conflito se intensificou no ano seguinte, quando Arábia Saudita e seus aliados árabes lançaram uma campanha militar aérea em larga escala para reverter os ganhos territoriais dos rebeldes houthis, em apoio ao governo aliado iemenita.
Mais de 70.000 pessoas foram mortas durante o conflito desde 2016, segundo estimativas da ONU.