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Advogados do exército de Israel defendem que os judeus tenham permissão para comprar terras na Cisjordânia

Assentamentos judeus perto de Nablus, na Cisjordânia ocupada por Israel,. Em 10 de fevereiro de 2015 [Nedal Eshtayah/Apaimages]

Os advogados do exército israelense estão recomendando que “judeus individuais deveriam poder comprar terras privadas” na Cisjordânia ocupada, informou o Haaretz, em um entendimento descrito como “revolucionário”.

Segundo o artigo, o Ministério da Defesa e os consultores jurídicos militares transmitiram suas opiniões ao vice-procurador-geral Erez Kaminitz, “que deve confirmá-las com o apoio do procurador-geral Avichai Mendelblit”.

Atualmente, “apenas jordanianos, palestinos ou ‘estrangeiros de origem árabe’ têm permissão para comprar terras na Cisjordânia”, sob uma lei que existe “desde que estava sob o domínio jordaniano”.

Até agora, os judeus israelenses “só podem fazer negócios imobiliários por meio de uma empresa” e com a aprovação da chamada Administração Civil, um órgão do governo que administra a ocupação.

O major Tzvi Mintz, escrevendo em nome do consultor jurídico regional do exército, reconheceu que, sob as regras internacionais de ocupação beligerante, o exército israelense só pode emitir ordens que beneficiem a população local.

Observando que “ao longo dos anos tem sido habitual tratar apenas a população palestina como população local”, Mintz acrescentou que os colonos israelenses também poderiam ser definidos como parte da população local, com a aprovação do procurador-geral.

Sem essa nova compreensão, disse Mintz, “a mudança proposta teria que ser justificada como se beneficiasse a população palestina, o que certamente acarretaria dificuldades”.

Mintz alertou que buscar tal interpretação da “população local” – de modo a incluir colonos que vivem em assentamentos ilegais – poderia ser “percebido como uma infração às leis da ocupação beligerante” e “poderia levar a críticas internacionais significativas”.

Os consultores jurídicos do Ministério da Defesa, no entanto, descrevendo “o governo militar israelense” como “o soberano da região [Cisjordânia]”, escreveram que, na visão deles, “a emenda proposta sobreviverá às críticas internacionais”.

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