Ataque de Israel à ong palestina Addameer é condenado por organizações de direitos humanos

Nesta quinta-feira (19), forças da ocupação israelense invadiram os escritórios da Associação de Direitos Humanos e Apoio aos Prisioneiros Palestinos Addameer, organização não-governamental com sede da Cisjordânia ocupada.

Segundo a Addameer, ao vasculhar os escritórios, soldados israelenses “roubaram cinco laptops, cartões de memória, três discos rígidos, uma placa de memória e diversos livros”.

Este é o terceiro caso de invasão contra o escritório da ong Addameer em Ramallah, após agressões semelhantes em 2002 e 2012.

Em declaração, a Addameer descreveu os ataques como parte das agressões contra “organizações cujo papel é enfrentar as violações da ocupação e reivindicar que os responsáveis por tais violações sejam punidos”.

Outros grupos de direitos humanos condenaram veementemente a invasão das forças da ocupação israelense.

A Anistia Internacional descreveu o ataque como “parte de uma repressão maior contra organizações palestinas de direitos humanos e da sociedade civil e seus colaboradores.”

“O assustador ataque executado por forças israelenses contra a Addameer demonstra que as autoridades de Israel possuem um objetivo claro de esmagar o ativismo pacífico e silenciar as organizações não-governamentais,” afirmou Saleh Higazi, vice-diretor da Anistia Internacional no Oriente Médio e Norte da África. “Este foi um ataque sinistro e deliberado, projetado para restringir o trabalho vital de direitos humanos da Addameer.”

A Anistia Internacional também denunciou que Ayman Nasser, coordenador da unidade jurídica da Addameer, “está detido sem qualquer acusação ou previsão de julgamento desde 17 de setembro de 2018”, sob circunstâncias de detenção administrativa, renovada pelo Exército de Israel por mais quatro meses na última semana.

O centro jurídico de direitos humanos Adalah, com sede em Haifa, declarou que “considera esta invasão um novo avanço na política israelense de restringir os trabalhos de instituições palestinas de direitos humanos”.

O Adalah reiterou: “A incursão militar de Israel é um ataque direto aos trabalhos de direitos humanos na Palestina, e deixa bastante clara a repressão severa e sistemática de Israel contra instituições da sociedade civil e suas fontes de recursos, além de revelar seus esforços contínuos para difamar e incitar ódio contra defensores de direitos humanos.”

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