Trump desdenha de Netanyahu e afirma: ‘Nossas relações são com Israel’

O Presidente dos Estados Unidos Donald Trump distanciou-se do Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu, antigo aliado político e amigo pessoal, após a derrota do partido Likud nas eleições desta semana.

Nesta quarta-feira (18), ao falar com repórteres a caminho da Califórnia, Trump assumiu uma postura mais reservada em relação a Netanyahu, cuja relação pessoal com a Casa Branca foi instrumentalizada durante a campanha por reeleição.

Trump afirmou que, após as eleições do Knesset – parlamento israelense –, não chegou a falar com Netanyahu e diminuiu a importância do então primeiro-ministro israelense na aliança entre Israel e Estados Unidos, ao declarar: “Nossas relações são com Israel; veremos o que acontece.”

O ex-embaixador americano em Israel, Dan Shapiro, relatou que essa reação demonstra que Trump “sentiu a fraqueza de Netanyahu” e preferiu distanciar-se do “perdedor” da corrida eleitoral.

Aaron David Miller, ex-conselheiro dos Estados Unidos para Israel e Palestina, afirmou que Trump está mais interessado em reforçar sua popularidade nos Estados Unidos, em particular entre o eleitorado judaico. Portanto, o presidente americano preferiu ignorar a última campanha eleitoral de seu parceiro israelense. Segundo Miller: “Trump só se preocupa com uma vitória eleitoral, e não é a de Netanyahu.”

O jornal americano The Washington Post citou oficiais da administração atual e anteriores que destacaram a apreensão de Trump, nos últimos meses, em relação à forte oposição de Netanyahu aos planos da administração americana de amenizar a abordagem com o Irã, à medida que estuda um possível acordo.

“Sim, Trump é amigo de Bibi [Netanyahu], mas também gosta de vencedores e deseja avançar com seus planos de paz não importa quem seja o primeiro-ministro de Israel,” relatou o jornal, ao mencionar um oficial israelense.

Embora os resultados oficiais da eleição ainda não tenham sido divulgados, os votos contados até então mostram que Netanyahu possui pouquíssimas chances de liderar a nova coalizão de governo.

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