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Apesar das objeções sauditas, ONU investigará abusos no Iêmen

Edifícios danificados após ataques aéreos da Arábia Saudita no Iêmen. Em 1º de setembro de 2019 [Mohammed Hamoud/Agência Anadolu]

O Conselho de Direitos Humanos da ONU votou ontem a favor de estender uma investigação sobre crimes de guerra cometidos no Iêmen.

A decisão ocorre após um grupo de especialistas no Iêmen terem relatado, no início deste mês , evidências de violações graves em todos os lados no conflito. Eles foram incumbidos de realizar uma investigação abrangente sobre as alegações de abuso de direitos humanos pelo Conselho em dezembro de 2017.

A resolução que busca renovar as investigações do grupo por um ano enfrentou oposição do líder da coalizão anti-houthi, da Arábia Saudita, que iniciou uma intervenção militar no país em 2015.

Vários outros estados se opuseram fortemente à resolução, como os aliados sauditas, Egito e Bahrein. O Paquistão, em acordo com a arquirrival Índia, estava entre os países que votaram negativamente.

O enviado saudita para a ONU em Genebra, Abdulaziz Alwasil, acusou os investigadores de publicar “informações não credíveis e infundadas, que ainda não haviam sido checadas”.

Também dignos de nota todos os estados africanos no Conselho que votaram “Não” ou se abstiveram. No entanto, o esforço da Arábia Saudita para bloquear a votação fracassou, com 22 países votando a favor da extensão e 12 votando contra.

Paquistão e Egito estão entre os vários beneficiários de ajuda financeira do reino. No início deste ano, o Paquistão garantiu acordos de investimento no valor de mais de 10 bilhões de dólares, além de 6 bilhões de dólares em ajuda.

Na semana passada, o jornal saudita Asharq Al-Awsat informou que o Centro de Ajuda e Assistência Humanitária King Salman (KSRelief) doou mais de 90 bilhões de dólares para mais de 84 países desde 1996.

De acordo com o Projeto de Dados sobre Localização e Eventos de Conflitos Armados (ACLED), cerca de 67% de todas as mortes de civis no Iêmen desde 2015 foram causadas por ataques aéreos da coalizão liderada pela Arábia Saudita, tornando a aliança “a maior responsável pelas mortes de civis”. Até agora, o número total de mortos do conflito excede 91.600.

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