No momneto em que se abre para turistas estrangeiros, a Arábia Saudita disse no sábado que vai emitir multas por 19 crimes relacionados à decência pública, como roupas indecentes e demonstrações públicas de afeto, informa a Reuters.
A decisão do Ministério do Interior acompanha o lançamento de um regime de vistos que permite que turistas de 49 países visitem um dos mais fechados do mundo. Até agora, a maioria dos visitantes eram peregrinos muçulmanos e pessoas de negócios.
As violações listadas no novo website de vistos também incluem lixo, cuspir, furar fila, tirar fotografias e vídeos de pessoas sem permissão e tocar música em momentos de oração. As multas variam de 50 riais (US $ 13) a 6.000 riais (US $ 1.600).
“Os regulamentos visam garantir que visitantes e turistas no reino estejam cientes da lei relativa ao comportamento do público, para que a cumpram”, informa um comunicado de mídia do governo.
Pelo texto, a polícia saudita é a única responsavel por monitorar ofensas e impor multas, um comentário que parece marginalizar os esquadrões religiosos antivício do reino, cuja autoridade para perseguir suspeitos ou fazer prisões foi restringida em 2016.
A força religiosa, conhecida como mutawa, costumava garantir que as pessoas orassem cinco vezes por dia, de acordo com os ensinamentos muçulmanos e que as mulheres cobrissem a cabeça. Também impôs proibições de música, álcool, mistura de gênero e mulheres dirigindo carros.
O álcool permanece ilegal, o que pode deter alguns turistas. Também não está claro se homens e mulheres estrangeiros solteiros poderão compartilhar um quarto de hotel.
Mas a proibição a mulheres de dirigir foi suspensa e o entretenimento público, incluindo os cinemas, que eram proibidos, floresceu. Muitos restaurantes e cafés removeram barreiras físicas que separam os sexos e não param mais de servir os clientes nos momentos de oração.
Algumas mulheres agora usam abayas mais coloridas, que são as túnicas largas geralmente pretas usadas sobre as roupas, ou deixam de usá-las.
O príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, que liderou a abertura social e as reformas para diversificar a economia do petróleo, disse no ano passado que as mulheres na Arábia Saudita não precisavam usar touca ou abaya desde que se vestissem respeitosamente.
As mudanças foram vistas em casa e no exterior como prova de uma tendência progressista, embora as restrições permaneçam e não tenha havido movimentos no sentido de abrir o sistema que mantém a família Al Saud firme no controle do poder político.
As autoridades detiveram ativistas dos direitos das mulheres no ano passado em meio a uma repressão mais ampla à dissidência. A imagem do príncipe herdeiro no exterior também foi manchada pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, no ano passado, dentro do consulado do reino em Istambul e por uma guerra devastadora no Iêmen.
O país do Golfo, que compartilha fronteiras com o Iraque ao norte e o Iêmen ao sul, possui vastas extensões de deserto, mas também montanhas verdejantes, praias e locais históricos, incluindo cinco Patrimônios Mundiais da Unesco.
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