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Investigadora da ONU afirma que Bin Salman tenta exonerar a si mesmo do assassinato de Khashoggi

Mohammad Bin Salman, príncipe herdeiro e governante de fato da Arábia Saudita, em 1° de junho de 2019 [Bandar Algaloud/Conselho da Monarquia Saudita/Agência Anadolu]

Mohammad Bin Salman, príncipe herdeiro e governante de fato da Arábia Saudita, tenta exonerar a si mesmo do assassinato de Jamal Khashoggi, jornalista saudita radicado nos Estados Unidos, afirmou ontem (2) Agnes Callamard, relatora especial da das Nações Unidas sobre casos de execuções sumárias, arbitrárias ou extrajudiciais.

“Ele [Bin Salman] busca se distanciar do caso, exonerando-se de qualquer responsabilidade criminal direta sobre o assassinato,” declarou Callamard à rede Al-Jazeera. Ela reiterou que Bin Salman busca impor “camadas e camadas e mais camadas de agentes e instituições sobre o caso, a fim de se proteger de sua responsabilidade direta pelo assassinato.”

A investigadora da ONU descreveu o judiciário saudita como “não independente”, destacando que não há “qualquer garantia de justiça lá.”

Em entrevista para o programa “60 Minutes”, da emissora americana CBS, Bin Salman afirmou que, como governante de fato da Arábia Saudita, em último caso, assume “plena responsabilidade” pelo assassinato, porém voltou a negar ordená-lo.

Ao ser questionado sobre como seria possível que ele não soubesse da operação realizada por oficiais sauditas para assassinar Khashoggi, o príncipe saudita ressaltou que é “impossível para ele saber o que fazem diariamente os três milhões de funcionários que trabalham para o governo saudita.”

No que se refere à imagem pública do príncipe herdeiro, Callamard afirmou que as justificativas apresentadas por Bin Salman constituem “uma estratégia de reabilitação diante da indignação pública em todo o mundo.” Os comentários da relatora da ONU foram feitos paralelamente a uma série de visitas à família e aos amigos Khashoggi na cidade de Istambul, na Turquia. As visitas marcaram o primeiro aniversário do assassinato.

Khashoggi – colunista do jornal americano The Washington Post e crítico contumaz do príncipe herdeiro – foi visto pela última vez entrando no Consulado saudita em Istambul, no dia 2 de outubro de 2018. Desde o desaparecimento, devido às evidências apresentadas pelas autoridades turcas, a Arábia Saudita admitiu que o assassinato ocorreu no local em um ataque “premeditado”; entretanto, negou qualquer participação de Mohammad Bin Salman sobre a morte do jornalista.

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