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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Vídeo registra Polícia de Israel admitindo que invasões em Issawiya têm propósito de provocar os residentes

Soldados israelenses montam guarda em Issawiya, Jerusalém Oriental, 19 de dezembro de 2012 [Mahfouz Abu Turk/Apaimages]

Policiais israelenses foram flagrados em vídeo admitindo que as invasões violentas e persistentes contra a comunidade de Issawiya, no território ocupado de Jerusalém Oriental, são projetadas para meramente provocar seus residentes.

Segundo o jornal israelense Haaretz, a gravação foi mostrada em uma corte israelense, durante o julgamento de um residente palestino indiciado por atirar pedras.

Durante o verão, forças da ocupação israelenses conduziram incursões diárias em Issawiya, assediando sua população, prendendo pessoas em suas casas e utilizando de violência para confrontar os residentes. No total, cerca de 350 palestinos de Issawiya foram presos, embora somente dez acusações formais tenham sido registradas.

O vídeo em questão foi gravado em abril – pouco antes da polícia intensificar as agressões – por uma câmera instalada no uniforme de um dos policiais que patrulhavam o bairro.

“Uma e outra vez, policiais são vistos erguendo suas armas como se mirassem deliberadamente contra os residentes no plano de fundo,” relatou o Haaretz.

Os oficiais são ouvidos discutindo o propósito das operações em Issawiya. Um deles comenta: “Isso é realmente provocá-los por nada.” Um segundo oficial concorda. O primeiro policial pergunta: “Por que fazer isso de propósito?” O segundo retruca: “Nossa política é estragada desde o começo.”

O primeiro oficial comenta: “Deixa os caras viverem. A gente está provocando por nada.”

Alguns minutos depois, o primeiro oficial aborda um terceiro oficial. “Tenho uma pergunta para o senhor. O que estamos fazendo aqui não é causar mais problemas?” O terceiro oficial responde: “É este o objetivo.” O primeiro oficial pergunta: “Causando mais problemas?” O segundo oficial novamente assente.

A gravação foi mostrada durante uma audiência na Corte de Magistrados de Jerusalém, onde Abdallah Mustafa, residente de Issawiya, é julgado por atirar três pedras contra policiais no dia em que o vídeo foi filmado.

O promotor alegou que os policiais cometeram apenas um “lapso de linguagem”, e o juiz condenou Mustafa a sete anos e meio de prisão.

O Haaretz observou que, em 2017, “a polícia levou um ônibus cheio de policiais vestidos como soldados para provocar os residentes a atirar pedras contra eles e então deter os autores.” Segundo o jornal, uma crianças capturada na operação foi condenada a 19 meses de prisão.

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