Autoridades da Arábia Saudita prenderam o jovem ativista Abdul-Aziz Al-Ouda por um tuíte em apoio à Palestina, conforme informou Abdullah Al-Ouda, filho do proeminente pregador Salman Al-Ouda, nesta segunda-feira (14).
“A família ficou chocada com a detenção de Abdel-Aziz Al-Odah por causa de um tuíte em apoio à causa palestina”, compartilhou Abdullah em sua página no Twitter. “Esta detenção revela as más intenções por trás das campanhas de detenção e repressão [na Arábia Saudita]. Até mesmo tuitar em apoio à Palestina e defendê-la [se tornou ilegal].”
Os usuários do Twitter na Arábia Saudita mostraram seu apoio a Abdul-Aziz e levaram seu nome aos assuntos mais comentados no reino.
“O ativista saudita Abdul Aziz al-Ouda foi preso recentemente pelas autoridades sauditas por tuitar em apoio à Palestina”, denunciou Shujaat Ali Quadri, líder estudantil da juventude islâmica na Índia, em sua página do Twitter.
Ele acrescentou: “O blogueiro saudita Mohammed Saud, que visitou autoridades israelenses recentemente, continua a tuitar em apoio a Israel e pedindo normalização”, em referência a um usuário das redes sociais ainda pouco conhecido que visitou Israel após convite de Tel Aviv.
Omar Al-Zahrani, ativista da oposição, pediu que os ativistas do reino não tuítem sobre questões públicas, em apoio à causa palestina ou crítica à corte real – incluindo sobre os conselheiros reais Turki Al-Sheikh e Saud Al-Qahtani –, por medo de que sejam enviados à prisão.
Os estados árabes, com exceção da Jordânia e do Egito, não reconhecem oficialmente o Estado de Israel e historicamente condenam a ocupação israelense dos territórios palestinos desde a criação do estado sionista por ocasião da Nakba, em 1948. Nos últimos anos, no entanto, houve inúmeras visitas secretas a Israel por líderes como o príncipe herdeiro saudita Mohamed Bin Salman. A cada ano, o conceito de normalização das relações com Israel se torna mais ousado e resoluto.
Em julho, os ministros de Relações Internacionais de Israel e do Bahrein realizaram uma reunião pública nos Estados Unidos, marcando o primeiro evento do tipo a ocorrer abertamente entre um país do Golfo e Israel.