O Presidente do Líbano Michel Aoun anunciou ontem (6) que dezessete casos de corrupção foram encaminhados ao judiciário do país.
A declaração de Aoun ocorreu logo após sua reunião com Saroj Kumar Jha, diretor regional do Banco Mundial.
Durante o encontro Jha destacou que sua entidade está “disposta a estender todo o apoio possível ao novo governo, comprometido com a boa governança e a criação de oportunidades para todo o povo libanês.”
Jha fez um apelo para que rapidamente seja formado um novo gabinete de governo e alertou para o fato de que a situação econômica no Líbano tornava-se cada vez “mais crítica”, de modo que uma recuperação seria “extremamente desafiadora”.
“Há uma necessidade urgente para interromper a crise econômica emergente no país,” reiterou o oficial do Banco Mundial.
Em resposta, Aoun afirmou que o novo governo terá “ministros competentes de boa reputação e livres de quaisquer suspeitas de corrupção.”
Protestos de massa eclodiram no Líbano há cerca de três semanas atrás, diante da indignação popular contra o alto custo de vida no país, novos planos de tributação e a hegemonia de uma elite política assolada por escândalos de corrupção.
Na última semana, o Primeiro-Ministro Saad al-Hariri renunciou após protestos em escala nacional sem precedentes, o que intensificou a crise política no Líbano e dificultou os esforços em curso para estabelecer a tão necessária reforma econômica no país.
No último domingo (3), manifestantes contrários ao governo voltaram a tomar as ruas de Beirute e arredores da capital, repudiando a tentativa de Aoun de cooptar para si os movimentos populares, ao colocar-se como avalista das manifestações e de suas motivações contra casos de corrupção sistêmica que assolam o país. Os protestos ocorreram horas antes da montagem de um comício favorável ao presidente libanês.